quinta-feira, 7 de abril de 2016

'Assessores' de políticos,  dirigentes comunitários inibem reação no Alto
da Boa Vista-RJ  contra  o  GOLPE    

Professor e jurista Miguel Baldez\(esq.), renomado especialista em questões fundiárias, com Roberto Magessi, do CONCA: tempos de compromisso com a cidadania e a luta
por liberdade democrática  no Alto da Boa Vista-Rio de Janeiro
Do AMgóes >>>Aos companheiros do Alto da Boa Vista: esvaiu-se, nos últimos anos, aquela aura de mobilização e enfrentamento decorrente das ações coordenadas por nosso Conselho de Cidadania, o CONCA, fórum de debate sobre demandas coletivas das comunidades no entorno do Parque Nacional da Tijuca, aqui no Rio de Janeiro.

Resultado de imagem para Fotos do Conselho de Cidadania do Alto da boa vista - Rio de Janeiro
Roberto Magessi, falecido em janeiro/2013
Face à relevância e justeza dos pleitos de cidadania(direito à propriedade das moradias por seus históricos ocupantes),  a iniciativa do saudoso companheiro e ativista comunitário Roberto Magessi(foto) contagiou expressivos segmentos da periferia carioca, em torno de perspectivas similares.

Infelizmente, contaminadas pela prática deletéria do clientelismo da política de esgoto, as comunidades do Alto passaram ao controle e influência de supostas lideranças cujo escopo é o de interesses pessoais/familiares. O Alto foi subdivido por objetivos  proporcionadores de ganhos fugazes a cabos eleitorais, pretensos 'garantidores' de votos dos moradores a quem eventualmente banca suas promessas de enganoso sucesso.

ÚLTIMAS DO ALTO                                                                                   5/JULHO/2009



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ÚLTIMAS DO ALTO: jornal eletrônico do CONCA,  editado pelo
 AMgóes, com  5000 acessos semanais, entre 2008 e 2013
O ideário formulado por Betinho Magessi, de não atrelamento das comunidades a sinecuras e picaretagens de agentes públicos, para preservar o livre arbítrio  em torno do à época crescente movimento reivindicatório do sagrado direito à moradia, diluiu-se a reboque de triviais agendas burocráticas, em lugar de nossas mobilizações cujo eco chegara às esferas do poder federal, que nos contemplou  em suas demandas orçamentárias, através do Congresso Nacional. Todavia, o sonho da casa própria, via usucapião especial urbano e/ou concessão de uso, dependentes do ITERJ, por que nos batemos, das ruas aos gabinetes de prefeitos, vereadores  e Ministério Público estadual, jaz nos escaninhos das promessas postergadas 'ad eternam'.

Nesta quadra de apreensão quanto ao desfecho autoritário da realidade política, por conta de iminente GOLPE nas instituições democráticas vigentes, não há notícia, mesmo de contidos sussurros ‘na esquina da Mata Machado’(a que alude antigo samba do Bloco ‘Unidos do Alto’), qualquer manifestação, salvo fortuitas(quão tímidas)  perplexidades de conscientes 'gatos pingados', no WatSaap, Facebook e outras redes sociais.

O que fazem os dirigentes das associações de moradores? Acaso entendem que a crise política, destinada a golpear um governo legitimamente eleito, não inviabilizará o projeto de regularização fundiária dos históricos aglomerados do Alto, pelo qual penosamente nos batemos no curso da última década? Ou essas lideranças não têm noção das consequências imediatas do GOLPE ora perpetrado no país sob a falaciosa bandeira de 'combate à corrupção', levada a cabo pelos mesmos cínicos beneficiários da crônica ladroagem/bandidagem engravatada, de punhos de renda, que nos domina desde os primórdios da República, em 1889?

No exato momento em que, Brasil afora, a sociedade, através de ampla representação popular organizada, vai às ruas contra o desmonte da ordem institucional, a partir do 'impeachment' da presidenta Dilma Rousseff e da extinção do projeto de governo que retirou milhões da miséria e da fome, as comunidades do Alto da Boa Vista, seguem, ao que se depreende, embevecidas pelo discurso canalha da influente mídia golpista comandada pela Rede Globo de Televisão.

Septuagenário, sou uma das milhões de testemunhas oculares do golpismo lesa-pátria de 1964 contra as Reformas de Base do presidente Goulart(imprescindíveis ao nosso desenvolvimento e à ruptura com   o multissecular colonialismo socioeconômico, EUA à frente), inoculado por autodeclarados 'salvadores da pátria' que nos impuseram 21 anos de trevas, ao longo dos quais ampliaram fraudulenta e draconianamente seus domínios, esmagando as mínimas expectativas dos excluídos sobre o ansiado acesso ao bolo da riqueza nacional.

É essa perspectiva de herança trágica que os amigos e amigas do Alto da Boa Vista pretendem legar a seus filhos e gerações subsequentes??? Reflitam! Discutam a gravidade atual com familiares e vizinhos! Não se isolem, indiferentes, nem se associem, lenientes,  às artimanhas midiáticas de potenciais(e poderosos) desafetos inconformados com nossos tênues avanços na escala dos estratos sociais!

Face à incondicional solidariedade oferecida, nos limites de minha percepção cidadã, em anos de acirrado combate por impostergáveis prerrogativas de todos daí, permito-me o direito de cobrar urgente pronunciamento das lideranças comunitárias do Alto, se é que têm noção da crise que, com a iminente derrubada de nossas instituições democráticas, já afeta nosso cotidiano.

Em nome da FRENTE BRASIL POPULAR/grande Tijuca, de que participo neste processo de resistência cívica, ponho-me à disposição, com outros companheiros muito mais qualificados, a fim de discutirmos as irreparáveis consequências do vigente impasse institucional. E vamos à luta, enquanto ainda há tempo hábil para reagir!


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