sábado, 31 de dezembro de 2016

Golpistas passam a escancarar medo (que  têm)  de  Lula   

Ribamar Fonseca                   

 Ricardo Stuckert/ Instituto Lula


Os golpistas já não conseguem mais esconder o temor   de que    Lula possa voltar ao Palácio do Planalto nos braços do povo,     como ficou bastante claro esta semana no editorial do empedernido     “O Estado de São Paulo”, que trata a candidatura do   ex-presidente     operário como um “insulto”. Consciente de que o retorno do líder   petista   à Presidência da República é uma possibilidade concreta, considerando as pesquisas de  opinião  pública   que  o   colocam  na  liderança   da corrida sucessória, o jornalão paulista aposta suas fichas na Operação Lava-Jato para impedi-lo de concorrer,    quando afirma que    “é  no mínimo improvável   que Lula consiga sobreviver ileso à Lava Jato”. E acrescenta:“Foi-se  o  tempo  em  que  os  figurões   da   República estavam fora do alcance da Justiça”. Foi-se??   E Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves e José Serra, entre outros, por acaso   já foram alcançados pela Justiça??

O editorial do jornalão paulista, sob o título de “Novo insulto aos brasileiros”, é um primor de afirmativas mentirosas, a começar pelo título. Haverá insulto maior aos brasileiros do que o golpe que derrubou a presidenta Dilma Roussef, desrespeitando a vontade de 54 milhões de eleitores? O “Estadão” considera “insano” o povo que elegeu Lula e Dilma e diz não acreditar que um “novo surto de insanidade” possa “justificar a repetição de um erro pelo qual pagam hoje mais de 12 milhões de brasileiros desempregados”. Tal afirmativa é um escárnio e desfaçatez – ou cretinismo, mesmo – porque todo mundo sabe que essa situação foi criada precisamente pelo governo Temer, que o “Estadão” ajudou a colocar no Planalto e que registra um desemprego recorde de cerca de 12%, enquanto no governo Dilma esse índice não chegou a 5%. Quem eles pensam que enganam??

Resultado de imagem para Fotos de Lula nos braços do povoO jornal dos(quase falidos) Mesquita reconhece o desastre do (des)governo produzido pelo golpe ao afirmar que “as enormes dificuldades e incertezas da conjuntura política, econômica e social do país não encorajam previsões auspiciosas de um feliz Ano Novo”, dai considerar como “escárnio e desfaçatez” o lançamento da candidatura de Lula à Presidência da República com “um programa de reconstrução da economia nacional”. E pergunta: “Qual a credibilidade do PT para propor qualquer coisa na área econômica depois de ter praticamente destruído o mercado brasileiro com a concentração de poderes nas mãos de um governo que prometia distribuir a riqueza mas acabou dizimando o que compartilhar”. É muito cinismo. Eles sabem, como de resto o mundo inteiro, que foi justamente com a distribuição de riquezas que Lula tirou 40 milhões de brasileiros da linha de pobreza, mediante programas sociais como o Bolsa Familia, o que foi reconhecido pelas grandes nações. E é com essa credibilidade que o PT propõe soluções para os problemas nacionais.

O Estadão(na realidade, um asqueroso pasquim golpista) prossegue com suas afirmações mentirosas no editorial, acusando os governos do PT de terem liberado “os cofres públicos a políticos e empresários corruptos, todos beneficiários de uma promiscuidade que, a partir do Palácio do Planalto, alastrou-se como nunca antes na história deste país pelos desvãos da administração federal direta e indireta”. Até onde se sabe, nunca ninguém acusou Lula ou Dilma de corrupção. Muito pelo contrário, foram eles que iniciaram o combate à corrupção. Os investigadores da Lava-Jato estão há dois anos vasculhando a vida do ex-presidente operário e até hoje não encontraram absolutamente nada que pudesse incriminá-lo e, por isso, ficam fazendo suposições em torno de um sitio e de um apartamento. Em compensação o próprio Temer e seus ministros são acusados por delatores pelo recebimento de propinas milionárias, o que revela, aí sim, uma promiscuidade no Palácio do Planalto. Mas isso o jornalão não enxerga e, também, o pessoal da Lava-Jato, pois estão mais preocupados em impedir que Lula volte a comandar o país.

Mais adiante o “Estadão” afirma que o governo de Temer tem como prioridade “resgatar dos escombros o que sobrou da economia nacional”. Resgatar?? Muito pelo contrário, é precisamente o governo golpista que está destruindo o país, transformando em republiqueta uma nação até pouco tempo respeitada no mundo inteiro por ter saído do mapa da fome e conquistado um lugar entre as grandes potencias, ombreando-se com a Russia, a China, a India e a Africa do Sul no BRICS. Para o jornalão, porém, e também para o senador tucano Aécio Neves, o Brasil está melhorando com o governo Temer, cujas medidas desastrosas, que aprofundaram a recessão e aumentaram o desemprego, mesmo condenadas pela população, tem o apoio de ambos, certamente porque ambos são responsáveis por sua ascensão.

O presidente nacional do PSDB, em recentes declarações à imprensa, reafirmou o apoio do seu partido ao governo produzido pelo golpe. Depois de dizer que “eu conduzirei o partido com as forças que eu puder ter para viabilizar essa agenda de reformas”, repetindo a mentira de que esse governo tem “apenas 100 dias”, Aécio considerou muito importantes as medidas reformistas de Temer, como “a PEC do teto, reforma da Previdência que começa a tramitar, projeto do pré-sal para Petrobras voltar a gerar emprego, a proposta de reforma do ensino médio, a nova Lei das Estatais, a reforma trabalhista que está sendo negociada, a nova postura na política externa comandada por José Serra". Interessante é que todas essas medidas, que ele considera importantes, foram reprovadas pelo povo. Não deixa de ser hilário, no entanto, o seu elogio à “nova postura na política externa comandada por José Serra”, ou seja, à diplomacia do porrete, que afastou o Brasil dos seus vizinhos do Sul.

O fato é que, com esse editorial cretino, o “Estadão” contraria as suas mais caras tradições de seriedade, contribuindo para o descrédito da imprensa brasileira. E depois de lê-lo, vale a pena repetir o que disse o jornalista americano Joseph Pulitzer, que deu nome ao maior prêmio da imprensa nos Estados Unidos: “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”.

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