A informação de que Michel Temer iria lançar ness quinta (22) uma minirreforma trabalhista por meio de Medida Provisória, aparentemente, foi mais um bode na sala, ou seja, um dado vazado para a imprensa para medir a repercussão negativa. Em café da manhã com jornalistas, o presidente disse que, na verdade, trazia consigo um saco de bondades para agradar o trabalhador e a classe média às vésperas do Natal.
Temer recuou de alterar a CLT com propostas como jornada de trabalho de 12 horas, pausa de 30 minutos para almoço ou jantar, renegociação com profissionais remotos ou que ganham por produtividade, além de parcelamento de pagamento de férias ao longo do ano e anunciou três medidas que, em sua visão, vão melhorar a imagem do governo.
A primeira foi a flexibilização de acesso ao FGTS. Os trabalhadores com contas inativas desde o final de 2015 podem realizar saques ilimitados. Antes, a ideia era estabelecer o patamar máximo de R$ 1 mil. Com a medida, o governo espera atingir 10,2 milhões de brasileiros e injetar na economia R$ 30 milhões no próximo ano.
Temer também acertou com bancos e operadoras de crédito mudanças no parlamento que farão os juros do cartão cair pela metade. No primeiro trimestre de 2017, a expectativa é de redução de 400% para 200%.
Por fim, Temer alterou o Plano Nacional de Proteção ao Emprego, criado por Dilma Rousseff. Ele passa a se chamar Programa Seguro-Emprego e será permanente. Com ele, patrões poderão negociar 30% da redução da jornada de trabalhao em meio à crise e em outras épocas do ano, sendo que a perda salarial será bancada, parcialmente, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
O governo pretende encaminhar a reforma trabalhista ao Congresso no início do próximo ano.