Renan paga rápido  pelo  acordo no STF.  PEC da Morte a caminho

FERNANDO BRITO         

     

O Senador Renan Calheiro é um homem decidido e um bom cumpridor de acordos.

Em 24 horas passadas após o acordão com que o Supremo “topou” desmoralizar-se para devolver-lhe o mandato de Senador e engolir a recusa de obedecer ordem judicial, fez a parte que comprometeu-se a dar em troca.

Ligou o rolo compressor e realizou três sessões do Congresso num dia só, para acelerar os prazos regimentais para a votação da PEC da Morte, com o corte dos gastos públicos.

Afinal, punição a abuso de autoridade e corte dos supersalários não podem ter urgência, urgente é cortar o dinheiro da Saúde, da Educação, da Assistência Social, da aposentadoria, entre outras tantas tarefas patrióticas que compõem a agenda nacional.

Foi para isso, em última análise, que os eminentes senhores ministros do STF se dispuseram ao sacrifício de mostrar seus traseiros, para que não nos tirem os vigorosos “investidores estrangeiros”.

E pensar que a turma dos borzeguins ao leito do republicanismo é que é acusada de autoritarismo.

Renan é o cara, como no cordel de  Antonio Barreto, de Santa Bárbara, na Bahia:

— Esse tal Renan Calheiros

O famoso “Renangate”:

Nem com murro, capoeira

Punhalada, estilete

Óleo de peroba, surra

Choque elétrico, porrete…!

— Não foi só Renan Calheiros,

O Sarney tá na parada

E a corja em geral

No Congresso instalada

Transformando o Senado

Numa casa esculhambada…

O povo de Salvador

Não parava de opinar

O clima foi esquentando

Mas eu resolvi parar

Porque me disseram coisas

Que não posso publicar…

A partir desse momento

Encerro minha missão

De utilizar o cordel

Pra fazer reflexão

Pois eu sei que muita gente

Gosta de submissão…