Aécio Neves não é investigado na Lava Jato simplesmente porque o juiz
Moro não quer, pois já foi delatado mais de 5 vezes; Moro faz ouvido de
mercador...
Emanuel
Cancella (*)
A intimação do MPF de nº 09/2016 (PR-RJ - 00080581/16) datada de
09/11/16, chegou a minha residência por volta 16:00 h do dia 9/12. Liguei para
o MP, no mesmo dia, por volta das 17:30 horas, para saber quem seria o suposto ofendido das “ (...) Possíveis práticas de crime contra a honra de
servidor público federal...” Falei com uma atendente, que passou para a outra,
que por sua vez mandou que eu ligasse 20 minutos depois. Liguei e fiquei
sabendo que o autor da intimação era o juiz Sérgio Moro.
Em primeiro lugar, quero dizer que não conheço o juiz pessoalmente, não
tenho nenhum problema pessoal contra ele, entretanto tenho severas críticas à
operação Lava Jato que ele comanda.
Quero salientar também que a Lava Jato tornou-se o maior acervo da vida
politica brasileira contemporânea, porém, na minha concepção, e de muitos, Moro
usa de forma seletiva essas informações.
Aliás, esses questionamentos da seletividade foram feitos não só no
Brasil como nos EUA e agora na Alemanha. E tanto nos Estados Unidos como na
Alemanha Moro responde de forma cínica. Nos EUA, segundo divulgação da
imprensa: “O juiz Sergio Moro disse que não julgou casos relacionados ao PSDB
porque investigações sobre o partido não chegaram a ele (1).” Na Alemanha:
“Moro chama de “infeliz” foto em que aparece rindo com Aécio Neves, mas
ressalta que senador não é investigado. (2)”
Entretanto todos sabem que governo tucano de FHC, na Petrobrás, já foi denunciado várias vezes e ainda, na certeza da impunidade, o próprio FHC reconhece no livro Diários da Presidência que havia corrupção na Petrobrás, em seu governo. Além disso, o filho de FHC já foi citado, em negócios espúrios, pelo ex-diretor da Petrobrás preso, Nestor Cerveró, como também pelo operador do PMDB, Fernando Baiano. Aécio Neves não é investigado na Lava Jato simplesmente porque o juiz Moro não quer, pois já foi delatado mais de 5 vezes. Moro faz ouvido de mercador (3, 4).
Alguém tem que dizer ao juiz Moro que o mundo e a informação hoje são
globalizadas. Com isso a Lava Jato não se restringe à “Republica de Curitiba” e
o mundo está acompanhando o golpe que está acontecendo no Brasil.
Moro tem que explicar à sociedade a sua colaboração exacerbada com o
governo dos EUA em relação à Petrobrás, já que, além de convocar os
procuradores estadunidenses para investigar a Petrobrás, ainda autorizou os
corruptos da Empresa a irem testemunhar contra o Brasil nos tribunais
americanos(6). Logo os americanos que estão doidos para abocanhar o pré-sal!
Assim fica fácil para eles!
Moro autoriza essa “ajudinha” os americanos, em detrimento do Brasil,
mesmo sabendo que se trata de uma farsa a principal acusação nessas ações
contra a Petrobrás. Os gringos espertamente alegam, e Moro fornece argumentos,
que a corrupção seria a motivação da queda das ações da empresa.
Entretanto o mundo sabe que as ações, de todas as petroleiras do mundo, não só da Petrobrás, caíram por conta da desvalorização do barril do
petróleo. Na verdade, a queda do valor do barril, e consequentemente das ações,
foi artimanha dos EUA, em conluio com a Arábia Saudita, que juntos aumentaram a
oferta do petróleo no mercado, derrubando o preço de US$ 140 para US$ 30. Tudo
isso faz parte da política internacional americana para usurpar o petróleo
alheio, prejudicando assim países produtores como a Rússia, Ira, Venezuela e
Brasil.
E a blindagem aos tucanos segue agora na Petrobrás! A Lava Jato, que diz
combater a corrupção na Petrobrás, se furta a barrar a gestão do tucano Pedro
Parente na empresa. Parente está fazendo uma verdadeira liquidação com os
ativos da Petrobrás, num verdadeiro bota-fora com o patrimônio conquistado com
o suor do povo brasileiro. Inclusive a venda de ativos está sendo interrompida
pelo TCU (5).
Parente está
vendendo, sem licitação, o petróleo do pré-sal do campo de Carcará a preço de
um refrigerante, quando o preço do barril no mercado internacional está acima
de US$ 50.
Fico preocupado porque essa intimação chega no momento em que o meu
livro, A Outra Face do juiz Sérgio Moro, está na fase final de revisão
para em seguida ir para a gráfica. O lançamento do livro será com até o final
do ano. Aliás, quero agradecer, de público, à brilhante jornalista Fátima
Lacerda que, sem ela, essa obra não seria concretizada, como também aos
cartunistas Mega e Latuff. Esclareço que toda renda do livro, incluindo o
trabalho gratuito da jornalista, será doada para os cerca de dois milhões de
trabalhadores demitidos em função da Operação Lava Jato, sendo retirados apenas
os custos da edição, financiado pelo autor.
Quero dizer que o livro expressa críticas à atuação do juiz Moro, mas
também dá a ele a oportunidade de explicar situações da Lava Jato questionadas
no Brasil e no mundo!
Rio de Janeiro, 10 de dezembro de
2016
(*) Emanuel
Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos
Petroleiros (FNP); publicado originalmente no blog Emanuel Cancella
Nenhum comentário:
Postar um comentário