À exceção de Lula, todos
estão à beira de um
ataque de nervos
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
O mercado financeiro já
conta com o dólar permanecendo acima de R$ 3,80 e não duvida de um valor de R$
4. ||| Geraldo
Alckmin dá um “chilique”, atira o guardanapo na mesa de um jantar com
governadores e líderes dos tucanos e só falta dizer que arranjem outro
candidato. ||| Henrique
Meirelles, pretendendo o sonho de espanar dos seus ombros a pecha de “candidato
do Temer”, ameaçado de perder a legenda peemedebista. ||| Jair Bolsonaro
tentando fingir-se civilizado para ver se rompe o teto de 20% ou pouco mais dos
votos. ||| Marina
Silva dá sinais de ser uma espécie cada vez mais ameaçada e ficar recolhida a
nichos ecológicos. ||| Ciro Gomes, o único que parece crescer em
pesquisas, o faz tão lenta e timidamente, sem empolgar o povão, sente que não
terá futuro se não for o candidato ungido por Lula. ||| De todos os
personagens da tragédia política do Brasil – e há outro nome para chamar o
processo eleitoral de 2018?- o único que apareceu hoje falando com
tranquilidade, depois de estar sendo mantido em silêncio por quase dois meses,
foi o ex-presidente Lula. ||| E por
que? Porque Lula é o único que não tem o
que perder, pessoalmente. Independente
de poder ser candidato – e é certo que, nas condições atuais, não lhe será
permitido ser – é ele o único elemento-chave das eleições, aquele que pode
decidi-las, concorrendo ou apoiando outro candidato. ||| Porque o favoritismo
de Lula é a ‘verdade eleitoral’ e o resto é o que seriam as eleições sem a sua
presença. A única possibilidade de que
estas eleições tenham legitimidade é que essa ‘verdade eleitoral’ esteja na urna, direta ou
indiretamente.
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