quarta-feira, 6 de junho de 2018

Na Alameda Lorena, bairro paulistano dos Jardins,  o  esplendor  do  rentismo neoliberal  à custa  do  'andar de baixo'

  

ANDRÉ ARAÚJO, no JORNAL/GGN

O tema é politica econômica, o pano de fundo é uma grande mercearia.  A CASA SANTA LUZIA é um ícone da sociedade rica de São Paulo, especialmente aquela dos Jardins. De início nos anos 20 um empório com raízes portuguesas é hoje a maior mercearia de luxo do Brasil pelo faturamento, estrutura e sofisticação de suas prateleiras. Seria o correspondente no Brasil da mercearia do Harrod´s de Londres, onde seus açougueiros parecem lordes, ou da casa Fauchon em Paris, ressalvadas a tradição muito maior desses estabelecimentos europeus, símbolos de refinamento na época de ouro do capitalismo.  |||  Ocupando mais de meio quarteirão no coração dos Jardins, com 700 funcionários de um nível de atendimento superior, com pouca rotatividade e décadas de experiência em cada setor. Destaca-se o setor de bebidas com uma variedade incomparável, vinhos de 25 mil reais nas prateleiras sem chamar a atenção, o setor de café com mais marcas do que qualquer supermercado, latarias de todo o mundo, pães de todos os tipos imagináveis, as frutas são as da maior qualidade disponível no mercado, embrulhadas em papel transparente, especiarias, confeitaria com bolos e doces de incontáveis tipos, rotisserie com apresentações elaboradas para um jantar de última hora, congelados de centenas de pratos  prontos preparados na cozinha do estabelecimento. Os preços são realmente altos, a variedade de frios e queijos nacionais e importados é incomparável; molhos e temperos de todos os cantos do planeta, de múltiplas marcas para cada tipo. 

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