quarta-feira, 6 de maio de 2020


Está na chegando a hora de pagarmos pela criminosa inconsequência de Bolsonaro e seus comparsas, paisanos e fardados

FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO

É inteiramente compreensível que o Brasil esteja começando a pagar um preço altíssimo, em Saúde Pública e na economia, pela conduta irresponsável de seus (pretensos) líderes.   >>>   Tivemos a sorte, em relação à Europa e até aos Estados Unidos, de contar com dois meses de “refresco” em relação à explosão epidêmica na China, o que deveria ter feito soar todos os alertas e trabalhar pela relativamente fácil contenção da chegada do vírus, que sabíamos estar vindo nos voos internacionais, que só muito parcamente foram controlados e sanitariamente monitorados.   >>>   Não conseguimos sequer montar um sistema de testes que permitisse aferir o espalhamento da doença e fizemos a opção errada, não tendo os testes, de deixar que esses verificadores inexistentes se sobrepusessem ao diagnóstico clínico como forma de mensurar a expressão da epidemia.   >>>   Depois, quando passamos, já em meados de março, a ter transmissão local, apenas em alguns lugares adotamos medidas tímidas de isolamento social: só na última semana de março Rio e São Paulo, por exemplo, mandaram fechar o comércio 'não essencial'. E nem todo, pois sobraram mais exceções do que regras.   >>>   Mesmo assim, isso se deu em meio à convocação insana do presidente da República para que as pessoas fossem à rua, ora apelando para a fome, ora falando que era “uma gripezinha” apenas, ora acenando com curas milagrosas(à base de Cloroquina e similares).   >>>  De março para cá, como comprovam os gráficos de (não) isolamento social em todo o Brasil, publicados pela Folha de S. Paulo(AQUI) e compilados pela movimentação dos aparelhos de telefonia celular, tudo isso começou a agir, junto com a natural tensão da quarentena, para que de desprezasse a única defesa que temos, nem contra a doença em si, mas  seus catastróficos efeitos na rede de Saúde,  levada ao colapso.  >>>  Veja a profusão de linhas vermelhas, indicando pioras. Só deixam de acontecer em lugares como Manaus, onde o terror está de tal forma evidente que consegue superar toda a estupidez oficial de um país onde o chefe da Saúde está impedido(pelo psicopata que o nomeou) – e  aceita passivamente – de dizer algo simples e direto como um “fique em casa”.   >>>   O resultado disso é que o país chega letárgico ao ponto em que deveríamos estar mais alertas para evitar a evolução da desgraça em curso em hecatombe.   O cenário de horror, em poucos dias, será tão grande que teremos de apelar, nos maiores centros do país, para um verdadeiro 'lockdown'(bloqueio total), por absoluto colapso de todo o sistema de Saúde.  E isso vai ocorrer quando já estão comprometidos praticamente todos os recursos de auxílio a empresas e trabalhadores para enfrentar o desastre.

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