segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Argentina ensina a legitimidade da  eleição  aos  golpistas   daqui

    amanha
O candidato da direita(neoliberal), Mauricio Macri,  ganhou a eleição argentina nesse domingo(22).
Seu competidor governista, Carlos Scioli, não esperou o final da apuração para reconhecer a derrota, embora esta ainda não fosse matematicamente irreversível, mas politicamente definida.
Muito menos o esperou a Presidenta Cristina Kirchner para cumprimentar o vitorioso e convidá-lo para uma reunião de trabalho, nessa terça-feira(24).
Tudo normal, civilizado, democrático, apesar de dizerem que o governo argentino era autoritário, antidemocrático, bolivariano y otras cositas más.
Mesmo que a vitória de Macri tenha sido por meros 1,8% de diferença, ou 700 mil votos, ninguém questiona por isso a sua legitimidade.
Aqui, há um ano, a diferença foi quase o dobro, percentualmente: 3,28% dos votos. Numericamente, quase 3,4 milhões de eleitores, cinco vezes aquela diferença.
Obvio que haverá disputa política entre o novo regime e o peronismo, derrotado.
Mas não tem ninguém se proclamando “presidente da metade dos argentinos”.
Aliás, só quem está reclamando de fraude é quem ganhou, como a ex-deputada Elisa Carrió, uma das líderes do “macrismo”.
As horas que se seguem a um processo eleitoral não se prestam ao debate político, mas para reverência à vontade dos eleitores.
Quem sabe, embora haja poucas esperanças disso, a direita brasileira possa aprender com a esquerda argentina – aquela, peronista, 'bolivariana', 'antidemocrática', 'arcaica' – como se respeita a maior das instituições democráticas: o voto dos cidadãos.
Ps. Gosto de ter esperanças na inteligência humana, mas anda difícil. O furor dos coxinhas nacionais, que não conseguem enxergar um milímetro além do ódio, mostra isso em vários comentários. O negócio é seguir em frente e mostrar como essa turma se afoga em sua própria bílis. A minha geração sabe o quanto esperamos por eleições livres e o valor que damos a elas. Os “democratas” da direita, ao contrário, nem mesmo conseguem comemorar suas vitórias, preferem falar da derrota alheia.

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