segunda-feira, 30 de maio de 2016

'Governo' Temer:  fatiar  o  Brasil aos interesses   estrangeiros, dos rentistas e do capital privado       

A entrada de Temer na presidência como um “golpe branco” nunca foi tão bem revelado após o vazamento de gravações do diálogo entre os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney com o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado – ex lider do PSDB e atual membro do PMDB e por isso conhece muito bem as entranhas do ninho. Ficou óbvio para a sociedade e o mundo que a derrubada da presidente Dilma Rousseff foi uma tentativa de abafar a operação Lava-Jato e interromper as investigações em curso.
Conversas nada republicanas como essas sinalizam que os golpistas usurparam violentamente o governo e deram de ombros para o povo. Achincalharam nossa História e patrocinaram uma ruptura democrática jamais vista em mais de três décadas. E o pacote de maldades, costurados de forma ilegítima, será entregue à nação sem diálogo algum. Um absurdo sem tamanho.
Os diálogos da alta cúpula golpista revelam também a misteriosa face do presidente tucano, o senador Aécio Neves. O que deixaria este outro golpista tão assustado em relação ao senador Delcidio? E que tipo de esquema estaria por trás de Aécio, dito com tanta veemência por Machado? Perguntas que só a Procuradoria Geral da República pode e deve responder.
Como relator do caso Aécio, o ministro Gilmar Mendes suspendeu as investigações tendendo a abafar o caso do candidato derrotado em 2014. A cumplicidade entre o magistrado e a turma do retrocesso é sem igual.
Tem sido apurado na mídia alternativa que o próprio presidente interino, Michel Temer, teria sido alvo de gravação por Machado. As gravações revelariam verdades inconfessáveis do golpista e poderia pôr seus planos por água abaixo.
Há um conteúdo que deve ser levado em conta: Dilma é uma mulher honesta e, com ela na presidência, não haveria interrupção das investigações da Lava-Jato. Isso fica claro em conversa gravada por Renan e Machado.
Cabe-nos, democratas e progressistas, exigir a suspensão do afastamento de Dilma. Não há nenhum tipo de legitimidade do governo em curso e não haverá trégua se ele permanecer com tantas provas do golpe à vista.
É com orgulho que vejo os movimentos de ocupação tomando os espaços públicos referentes à Cultura, como resistência ao ato da extinção do MinC. Apesar do retorno da pasta com status de ministério, o simbólico de atraso ainda permanece. Não há possibilidade de avanço algum num mar de retrocessos.
Pés firmes no asfalto das ruas para continuar a luta contra essa imoralidade que se tem mostrado o Governo Temer. Uma reunião de pessoas sob suspeição tentando fatiar o Brasil aos interesses estrangeiros, dos rentistas e do capital privado, e na perspectiva ja anunciada de supressão de direitos e programas sociais. É um momento agudo de nossa trajetória, mas não recuaremos um milímetro sequer. Como ensinam os movimentos sociais da Cultura: “ocupar e RESISTIR!”.
(*) Jandira Feghali é médica e deputada federal (PCdoB/RJ).

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