domingo, 22 de maio de 2016

“Vamos brincar de mídia?”  A 

saia-justa de um secundarista

 na  repórter  da  Globo                

lucas
Do Facebook do jornalista Luis Costa Pinto, recolho o sensacional vídeo do estudante secundarista o Lucas Penteado Kóka, que participou da ocupação do Centro Paula Souza, em São Paulo, com uma repórter da TV Globo.
Ele não é nem agressivo, nem grosseiro, mas há irritação por parte da profissional que se vê, subitamente, personagem igual aos que ela faz personagem.
Lucas, sem formação teórica, usa apenas a sensibilidade dos critérios de convívio que aprendeu com o comportamento dos jornalistas e dos programas de reportagem que perseguem e emparedam seus “entrevistados-vítima”.
É uma triste verdade quando o menino diz: “vamos brincar de mídia”, fazendo com ela o que viu repórteres fazerem centenas de vezes com pessoas “normais”.
A coleguinha demonstra não ter o menor fairplay ao ser deslocada do seu papel de “autoridade”. E nem jogo de cintura para reagir aos questionamentos.
Poderia ter dito: sim, eu sei que vocês querem isso, aquilo, aquilo outro. E que estava ali para mostrar o que a garostada estava fazendo e deixar que eles explicassem as razões. Se a emissora ia dar ou não, diria, eles sabem que não é decisão dela, mas ela faria o melhor.
Mas, não. Saiu-se com a explicação de que o silêncio provaria uma suposta neutralidade que sabe que não existe e menos ainda existe na Globo. Encampou o discurso oficial e hipócrita, quando poderia – sem se comprometer profissionalmente – responder ao garoto.
Dizer que nunca foi pedido para ter opinião diferente do que tem é muito pobre. Porque às vezes obedece-se sem que se tenha de mandar.
Alguns colegas acharam que a repórter foi “emparedada”. Discordo e estou cansado de ver pessoas serem muito mais emparedadas por repórteres.
Nem acho que responder com calma e equilíbrio, dizendo que sabe bem a pauta dos estudantes e que vai gravar seus argumentos e reivindicações vá tirar o emprego de ninguém.
Muito pior -e a gente não pode deixar de entender porque isso acontece – é que o menino acha que, sim, o “arrocho” ao entrevistado é prerrogativa básica do(a) repórter.
Não é o que muitos de nós temos sido assim? 
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