A vingança da oligarquia
escravocrata do Nordeste
Golpistas querem varrer a História brasileira. Transformar a
realidade em lixo. É um caso clássico de 'vendetta' histórica...
O golpe ocorrido no Brasil é uma vingança contra o povo nordestino, que
durante mais de uma década apoiou os governos progressistas. Seis ministros do
governante de plantão fazem parte da oligarquia: Henrique Alves (Turismo), José
Mendonça Filho (Educação), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia), José Sarney Filho (Ambiente), Bruno Araújo (Integração) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de
Governo). E, por último, o líder da maioria: André Moura, do PSC, de Sergipe.
Primeiro detalhe: são três pernambucanos: Mendonça, Fernando Coelho e Bruno
Araújo. Casualmente Pernambuco é a terra de Lula. Os golpistas querem varrer a História brasileira. Transformar a realidade em lixo. É um caso clássico de “vendetta”
histórica.
Sou descendente de italianos, a família Tubino, originária de Genova,
chegou ao Rio Grande do Sul em 1824. É uma família tradicional, com brasão e
tudo – o logotipo, como costumo dizer, é um Pegasus, o cavalo alado grego.
Portanto, nunca me assustei com famílias ditas tradicionais do Brasil,
herdeiras dos títulos de nobreza dos traficantes de escravos. E, por duas
décadas, convivi com a aristocracia rural brasileira.
Família Sarney à beira
da falência
Porém, as representantes desses clãs familiares nordestinos não têm nada
de sangue azul. No caso de Geddel Vieira Lima e seu irmão Lúcio, baianos, não
passam de oportunistas de décima quinta categoria. Em 2001, o chefe do clã dos
Magalhães, Antônio Carlos, conhecido como Toninho Malvadeza, denunciou Geddel
por ter comprado de uma só vez 12 fazendas na Bahia e seis apartamentos em
Brasília. Um dos envolvidos na CPI dos Anões do Orçamento, Geddel chorou ao
depor. Lágrimas de crocodilo. Na verdade são fazendinhas, desculpem a arrogância,
mas sou especializado em pecuária e vivi 13 anos no cerrado, e as ditas
fazendas não passam de sitiozinhos de terceira.
O caso clássico de oligarca chama-se José Sarney, hoje um clã na beira
da falência, depois que o governador Flávio Dino, do PC do B assumiu o poder. A
condição básica para estes poderosos prosperarem é o roubo do dinheiro público
e a facilidade dos cargos em fazer negócios com a iniciativa privada. Fora do
poder são candidatos a mendigos. A família Sarney é dona (afiliada) da TV Globo Maranhão –
são quatro emissoras -, o jornal “O Estado do Maranhão” e mais 14 emissoras de
rádio. A sede do clã é uma mansão colônia de 20 mil metros quadrados. Também
pertence ao clã, em mais de 50 anos de domínio político, a Ilha do Curupu, uma
reserva ambiental privada de 2.500 hectares, próxima à capital São Luis. E
compõem o patrimônio familiar duas mansões em Brasília, um apartamento no
Leblon e uma casa em Búzios. Tudo avaliado em R$125 milhões pela prestigiada
revista VEJA, em 2002.
Família Mendonça
adora
recursos públicos
O Ministro de Educação, José Mendonça Filho é o sucessor do deputado
federal José Mendonça, morto em 2011, antigo colaborador da ditadura. É o que
registra o pesquisador da Universidade Estadual da Paraíba, José Adilson Filho,
em um artigo para a Revista Raízes, de 2013, intitulado “Família, Tradição e
Poder na Modernidade Brasileira: o caso das famílias Mendonça e Moura, na
cidade de Belo Jardim – PE”:
“- Nos anos 1980 e 1990 os interesses políticos e econômicos do clã
atuaram como empresários nos setores de pecuária, suinocultura e de avicultura
na região do agreste pernambucano em empresas como a Belasa, Pecasa e Suibasa,
representando o braço econômico. Mas parte de seus investimentos foi
direcionada ao setor imobiliário como atestam a construção de um hotel e de um
condomínio”.
Outro trecho do trabalho do pesquisador José Adilson Filho:
“- Sendo que a maior parte dos recursos que financiava tais
empreendimentos advinha de organismos estatais como o FINOR, a SUDENE e o
BNDES, ou seja, das conexões e influências que o líder do grupo, o então
deputado José Mendonça (falecido em 2011) mantinha com figuras de peso na
política estadual como Marco Maciel, Moura Cavalcanti, Nilo Coelho ou de
militares de alta patente e alguns executivos instalados na burocracia
federal”.
Briga de mafiosos
em Sergipe
Porém, nada mais é significativo e exemplar da administração do
governante de plantão – definido como mordomo de filme de terror por Toninho
Malvadeza- do que o recém eleito líder da maioria: André Moura, nascido André
Luiz Dantas Ferreira, ex-prefeito de Pirambu (SE) e incriminado em três inquéritos
no STF. O sucessor de Moura, Juarez Batista dos Santos denunciou o colega,
pouco depois de assumir a administração municipal, porque o elemento continuava
a usar os bens da prefeitura como carros, comida e celulares, como se ainda
estivesse no cargo. Além disso, Juarez nomeou a mulher do meliante, Lara
Adriana Moura, como funcionária fantasma. E pagava uma pensão entre R$30 e 50
mil para Moura.
Em 2006, o meliante alçou voos maiores e se elegeu deputado estadual. E
exigiu de Juarez uma contribuição de R$1 milhão. O então prefeito se recusou a
pagar. Então quatro homens encapuçados foram à casa de Juarez e se defrontaram
com o capanga-vigilante. Resultou que o jagunço de Juarez saiu baleado. O
inquérito está no STF há dois anos. Por uma coincidência divina, o ministro
Gilmar Mendes, que é o relator dos inquéritos de Moura prorrogou por 60 DIAS as
investigações sobre o caso. E quando foi que Gilmar decidiu isso: no dia 12 de
ABRIL de 2016, cinco dias antes da votação na Câmara Federal da abertura do
processo contra Dilma Rousseff.
A história da oligarquia escravocrata nordestina é longa e decidi
dividir em duas etapas. Por ora ficam registradas apenas as histórias de Mendoncinha, Sarneyzinho e os irmãos da direita obesa baiana Geddel e Lúcio. Na
continuação, novas informações sobre Henriquinho,
Fernandinho e Bruninho, como são tratados em seus estados os representantes da
última geração dos escravocratas.
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