terça-feira, 14 de junho de 2016

A maior lição desta terça: se Cunha foi

derrotado na Câmara, Temer também

pode ser no Senado

Paulo Nogueira                              

   Tia Eron não salvou Cunha por causa da pressão popular

Tia Eron não salvou Cunha por causa da pressão popular
 As ruas falaram.  A pressão popular funcionou.     As redes sociais se impuseram: Eduardo Cunha está, enfim, morto.
A decisão da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados para que ele seja cassado é um raro momento de luz nas trevas em que o Brasil foi submergido pela plutocracia golpista.
A decisão vai ser chancelada pelo plenário da Câmara, mas as chances de Cunha, com o voto aberto, são equivalentes a zero.
Como isso se reflete no processo de impeachment?
Não há uma ligação imediata, mas o que fica demonstrado é que a pressão popular funciona. Tia Eron ia fatalmente votar a favor de Cunha, bem como o deputado Wladimir Costa, do infame Solidariedade.
No final, ajudaram a levar Cunha para o cadafalso pelo clamor nacional.
Haverá, no Senado, uma votação definitiva em torno do afastamento de Dilma.
Dois votos que mudem são bastantes para corrigir uma terrível injustiça. O Senado aprovou o impeachment num cenário ilusório: o de que Temer iria abafar e Dilma sumiria.
O que aconteceu foi o oposto. Temer é um interino rejeitado desde o primeiro dia. Uma pesquisa Vox Populi publicada hoje mostrou as dimensões do repúdio nacional a ele.
É hora de pressionar fortemente os senadores, sobretudo os que já demonstraram algum remorso pelo passo falso, como Cristovam Buarque.
Se Cunha, com todo o seu poder, pôde ser derrotado na Câmara, está claro que Temer, muito mais fraco, também pode ser batido no Senado.
Para os que lutam pela democracia, a queda de Cunha é um estímulo fortíssimo. Si, si puede, como se diz em espanhol.
Sim, é possível abreviar ao máximo a passagem espúria de Temer pelo Planalto.
Ruas, ruas e ainda ruas, aliadas a uma ação contínua nas redes sociais: esta é a receita.

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