Cinco teses sobre o impasse
e o futuro da luta democrática contra o golpe
Não se pode
enfrentar uma contra-revolução com meia-esperança, com meia-razão, com
meio-programa, com meia-energia, com meio-plano de futuro.
Juarez Guimarães
1-Sem um programa
para o futuro e os caminhos democráticos para viabilizá-lo, a maioria do
povo brasileiro não se mobilizará para derrotar o golpe...
A esquerda brasileira esta
reaprendendo a construir sua unidade na diversidade. A formação da Frente
Brasil Popular já significou um imenso salto de politização frente a movimentos
separados por suas próprias dinâmicas de reivindicação e de horizontes
reivindicativos, quando não de culturas corporativas. A unidade entre a Frente
Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo tornou esta dinâmica unitária
irresistível, isolando posições sectárias. A posição histórica do PSOL de
denunciar e lutar contra o golpe, apesar de sua oposição ao governo Dilma, foi
um marco. Este sentimento de unidade abriu espaço para um reposicionamento do
PDT e para lideranças do campo democrático, cultural e intelectual. A forca
imprevista de resistência popular ao golpe é uma conseqüência e depende
fundamentalmente do aprofundamento desta unidade.
E a partir deste entendimento
que se deve abordar o debate sobre o compromisso de um governo Dilma
reconquistado em convocar um plebiscito popular para convocar novas
eleições presidenciais versus a posição de combinar o Fora Temer com a retomada
da normalidade constitucional do mandato de Dilma a partir de uma nova carta de
compromissos com o povo brasileiro. Discute-se também a relação da luta contra
o golpe e a convocação de uma Assembléia Constituinte Extraordinária para
deliberar sobre uma reforma do sistema político. A unidade em torno ao Fora
Temer e em torno à ênfase na denuncia da cassação dos direitos sociais posto em
pratica já pelo governo golpista encontra um impasse, portanto, na definição de
qual caminho democrático alternativo deve ser proposto ao povo brasileiro em
alternativa ao golpe.
Se este movimento político de
massas, amplo e unitário, tem sido capaz de denunciar a ilegitimidade do golpe,
conquistando uma vitoria democrática decisiva contra os esforços de
normalização e legalização, ele ainda não e capaz de impedir o governo Temer
ou, mais simplesmente, impedi-lo de governar. Em geral, os que comparecem aos
atos e mobilizações ainda conformam apenas uma parte dos eleitores de Dilma em
2014. Esta significativa minoria de brasileiros está sintonizada com o
sentimento democrático majoritário ou potencialmente majoritário dos
brasileiros. Mais anda não foi capaz de construir uma linguagem democrática
capaz de firmar uma clara maioria e parece ter dificuldades de superar a
mobilização restrita a vanguardas e suas bases populares mais orgânicas para
uma mobilização ampla das bases sindicais, dos povos das periferias, das
classes médias democráticas mas sem identidade de partido. Ainda não
conseguimos passar de uma minoria ativa legitimada para uma maioria ativamente
disposta a derrubar um governo ilegítimo.
É muito provável que a denúncia
das medidas violentamente anti-populares do governo Temer aumente
qualitativamente a sua rejeição e disponham mais trabalhadores e setores
populares a ir para as ruas ou ate mesmo a paralisar suas atividades em uma
greve geral. Seria simplista, no entanto, imaginar que a esquerda brasileira
luta apenas contra a forca de classe dos golpistas. Na raiz do golpe e de sua
possibilidade está também a drástica queda de popularidade do governo Dilma,
parcialmente revertida no período recente, uma crise de confiança
política entre as forcas majoritárias de esquerda e sua base eleitoral, uma
profunda descrença na política em função das denúncias generalizadas de
corrupção, a perda de confiança no futuro do pais diante dos efeitos devastadores
da crise econômica em curso. A forca da direita, diariamente renovada pelos
oligopólios de comunicação, vem em grande medida da descrença na capacidade da
esquerda em oferecer um futuro de crescimento e ampliação dos direitos do povo
na democracia brasileira.
Sem energias utópicas um povo
não se move. O cidadão formado em razões e valores da emancipação social e do
socialismo é capaz de ir à luta nas situações menos promissoras. Mas não o
cidadão e o trabalhador para quem a cultura da participação política
ainda não integra a sua identidade. Por isso, sem avançar na definição de qual
futuro democrático a esquerda aponta para o povo brasileiro, a partir do seu
nível atual de consciência, a maioria do povo brasileiro não aumentará a sua
participação, em um padrão e tempo suficientes, para derrotar o golpe. E, sem
este avanço na quantidade e principalmente na qualidade política do movimento
Fora Temer, tornam-se mais escassas as chances mínimas que se tem de impor uma
derrota, de fora para dentro, do golpe na votação definitiva no Senado ou no
julgamento do STF sobre o mérito do impedimento. E, se isto não for possível,
acumular decididamente forças para impedir e derrubar o governo
Temer, já bastante abalado por tantas denúncias de corrupção,
no período seguinte.
2- Sem uma relegitimação
com base no voto popular, a esquerda brasileira não conseguirá governar o
Brasil...
Mesmo um cidadão sem formação
política sistemática sabe que não e possível um mero retorno de Dilma ao
governo do Brasil. A sua coligação foi violentamente desfeita, o PMDB
aderiu ao golpe, seu vice é um golpista numero um, a maioria dos partidos
que formavam sua coligação votaram a favor do impeachment. Como Dilma
governaria sem maioria na Câmara Federal e no Senado? Suas contas de
campanha não estão sob investigação e com provável juízo condenatório por um
TSE presidido por um golpista? Com qual programa, alias, governaria: com o de
2014 ou o de 2015? Se ela aparentemente não demonstrou compromisso ou não pôde
cumprir seu programa de campanha, como a maioria do povo vai confiar que
ela vá cumprir um programa feito para seu retorno ao governo? A esquerda tem
hoje crédito para pedir um cheque em branco de confiança à maioria do
povo brasileiro?
Em um nível mais abstrato de elaboração,
pode-se e deve-se afirmar que o andamento do golpe revelou impasses e
fragilidades estruturais da democracia brasileira: o mega financiamento
empresarial das campanhas incentivou a corrupção sistêmica no estado brasileiro
e levou ao limite a crise de representação dos partidos e do Congresso
Nacional; a hiper concentração da comunicação em empresas de mídia corrompeu o
processo de formação da opinião publica; um crescente processo de
judicialização da política levou a um a insuportável grau de partidarização das
instancias judiciais; o gráu de planejamento público e democrático da economia
é insuficiente para enfrentar a crise internacional, em particular sem a
republicanizacão do Banco Central que decide variáveis fundamentais do ciclo
econômico; a violência do aparato policial e das políticas de segurança publica
são incompatíveis com os direitos humanos e cidadãos; a opressão,
subrepresentação e violência contra as mulheres e negros é incompatível com a
democracia. O principio da soberania popular, base de todo o sistema
democrático, encontra-se estruturalmente contrariado por estas dimensões e o
processo de construção dos direitos na democracia encontra-se impedido
pela ação e conspiração golpista do maior partido de oposição, com o decidido
apoio das classes dominantes.
Em uma outra circunstância
histórica, foi através de um plebiscito que Goulart adquiriu plenos poderes
presidenciais. Entre as reformas de base, havia o pleito central de conferir o
direito de voto aos analfabetos, concebido como fundamental inclusive para
criar uma nova correlação de forcas reformista. O pleno poder presidencial de
Goulart, no entanto, não foi suficiente para que, através do Congresso
Nacional, os golpistas da época o impedissem de governar e fomentassem um clima
de desestabilização política, afinado com os tempos de guerra fria. Agora, em
uma outra circunstancia histórica, uma nova esquerda formada nos valores do
socialismo e da democracia encontra impasses no status quo democrático para,
legitimada pela soberania popular, fazer as transformações estruturais que o
povo aspira. O seu caminho só pode ser, então, o de refundar a sua legitimidade
majoritária através da soberania popular e acumular forcas para dirigir um
processo histórico mais amplo de mudanças nas próprias instituições da
democracia, ampliando o seu pluralismo político, a sua capacidade de
representação social, garantindo a formação democrática da opinião publica e a
participação do povo nas decisões e, principalmente, construindo um novo
enquadramento democrático das pressões e iniciativas desestabilizadoras da
democracia movida pelas classes dominantes.
Em uma primeira fase, a denúncia
do golpe aliada à critica da política econômica do segundo governo Dilma
foi fundamental para fundar a unidade e a força das lutas de ruas. Agora, com o
governo golpista interino, o reconhecimento dos limites da liderança política
de Dilma junto ao povo brasileiro e do grau avançado de corrupção das
instituições da democracia, é fundamental para conquistar a posse e
relegitimacão de um mandato democrático. Uma nova e articulada capacidade da
liderança política da presidente Dilma e das forcas de esquerda em apontar
saídas para o impasse democrático só fortalecerá a legitimidade para a
reconquista do mandato. A aspiração de novas eleições já e majoritária na
população e certamente permite uma ampliação da unidade na luta democrática
contra o golpe. É preciso trazer a luta contra o golpe cada vez mais para o
terreno democrático, recriar uma cena política que permita o reencontro da
legitimidade da esquerda com os fundamentos da democracia, a partir de um novo
programa de governo que solde a aliança principalmente com as classes
trabalhadoras.
3-O controle do tempo
político pelos golpistas pretende destruir o setor público e os direitos,
além de criminalizar a esquerda antes de 2018...
Uma hipótese estratégica
alternativa a uma interrupção do mandato golpista de Temer apóia-se em um exame
da correlação de forcas e em um dimensionamento do tempo político. Em uma
situação defensiva, não teríamos forcas em um futuro imediato para derrubar o
governo Temer. Caberia, então, acumular forças, combinando lutas de rua e a
politização das eleições municipais de 2016 para derrotar as forcas golpistas
nas eleições presidenciais de 2018, com a esquerda reunificada em um segundo
turno com um provável a candidatura Lula. Esta aposta no calendário
democrático, valorizando-o e centralizando-se nele, seria uma forma de se colar
à institucionalidade democrática, mesmo golpeada, evitando a marginalização e
ilegalizacao do PT e das forças de esquerda.
O aparente realismo desta
estratégia se dissolve, no entanto, frente às duras realidades do movimento
político liderado pelos golpistas. À derrubada do governo Dilma, impôs-se
simultaneamente uma violenta cassação de direitos históricos, inclusive
constitucionalizados, dos fundamentos da economia do setor publico brasileiro
aliada a uma generalizada criminalização das lideranças de esquerda, inclusive
e principalmente do companheiro Lula. Alem disso, os golpistas pretendem
alterar o próprio caráter majoritário do sistema político brasileiro com
a mudança do regime presidencialista, criando barreiras institucionais para a
expressão das vontades majoritárias na democracia. Trata-se, na verdade, de uma
verdadeira contra-revolução, destruindo décadas de luta democrática e
projetando um novo espaço-tempo de dominação neoliberal no Brasil, afinado com
as tendências recentes da globalização.
Se o golpismo prevalecer,
superando gradativamente a sua ilegitimidade através da sua crescente
legalidade e normalização, ele irá impondo sucessivas derrotas estruturais à
esquerda, a partir de cada posição conquistada. Por isso, é fundamental agir
para que a ilegitimidade se imponha sobre a legalidade golpista a partir de um
novo protagonismo de nosso movimento político, interrompendo o tempo político
do golpe e de seu programa. Mas o recurso a plebiscito e eleições não apenas
renovará a legitimidade dos golpistas através da sua forca eleitoral
majoritária? Ora, se conseguirmos derrotar o golpe, as forcas políticas que o
apoiaram estarão na defensiva e em processo de desmoralização política, estarão
mais divididas frente às diferentes alternativas e exatamente o contrário
ocorrerá com as forcas de esquerda, que estarão em um processo de ascensão. O
potencial de vitoria das esquerdas será, neste caso, diverso deste ambiente
defensivo no qual adentramos de forma mais evidente desde 2015
A vitória parcial do golpe
significa que já não estamos em uma normalidade democrática. Tomar o calendário
eleitoral como base de uma estratégia seria, neste sentido, um grande erro. A
luta eleitoral, de enorme importância, deve se subordinar agora a estratégia e
ao tempo da luta contra o golpe.E dimensões decisivas de poder e de sua reprodução
serão decididas antes de 2018.
4-A dinâmica ascendente da
luta democrática tende a colocar a convocação de uma Assembléia Constituinte no
centro da luta política...
Entendida em um período
histórico mais longo, a contra-revolução golpista em curso é uma tentativa de
resolver pela direita e pelo retrocesso os impasses que a Constituição
republicana democrática de 1988 cristalizou na correlação de forcas da
transição conservadora. Estes impasses ganharam, a partir das primeiras
eleições presidenciais, o sentido de uma disputa entre a agenda neoliberal e
uma agenda de aprofundamento da republicanização democrática do pais. Se a
agenda neoliberal nutria-se de uma clara correlação de forcas favoráveis no
plano internacional, a agenda da republicanização democrática pelos direitos
nutria-se das redes movimentalistas e da forca política crescente das esquerdas
brasileiras. Apos quatro derrotas sucessivas nas eleições presidenciais, os
neoliberais optaram pelo caminho de violar o principio da soberania popular
para atacar os direitos previstos na Constituição de 1988 e a ela acrescentados
por novas conquistas.
Mais do que uma disputa de
agenda, e necessário entender que os impasses estavam cristalizados na própria
Constituição de 1988. Se ela consagrou pela primeira vez em nossa história
política o princípio da soberania popular, ela manteve varias dimensões patrimonialistas
e autoritárias do Estado brasileiro, como no seu aparato de segurança, em seu
sistema jurídico, no funcionamento liberal e patrimonialista de suas
instituições econômicas. Se a Constituição de 1988 incorporou pela primeira vez
princípios de participação popular como conselhos, conferências, possibilidades
de plebiscitos, referendos e iniciativa popular de leis, ela manteve um sistema
político eleitoral aberto a dinâmicas fisiológicas e de corrupção pelo poder
econômico. Se ela afirmou a liberdade de expressão, não criou os fundamentos de
uma opinião publica democrática nem indicou os caminhos para superar o padrão
oligopólico privado mantido e atualizado pela ditadura militar. Se ela avançou
na afirmação histórica de direitos – inclusive com um projeto avançado de
criação de um sistema de saúde publico, universal e de qualidade - ,
claramente não criou as fontes econômicas de seu financiamento histórico,
mantendo uma estrutura tributaria basicamente regressiva. Se, enfim, ela
avançou na afirmação dos direitos à reforma agrária, dos índios e dos
quilombolas, ela não foi capaz de assegurar os instrumentos legais para
garantir a democratização da propriedade agrária no Brasil.
Foi exatamente explorando os
limites da Constituição de 1988, forçando a sua interpretação regressiva ou
simplesmente violando-a, que os golpistas avançaram. Esta violação
constitucional atinge crescentemente todos os poderes da Republica: um poder
executivo ilegítimo, um poder legislativo profundamente corrompido e um poder
judiciário que se vê cada vez mais envolvido na legitimação do golpe. Assim,
diante dos golpistas a esquerda brasileira hoje se identifica plenamente com os
fundamentos republicanos e democráticos da Constituição de 1988. Mas a sua
defesa cada vez mais só pode ser atualizada historicamente através do
aprofundamento de seus princípios democráticos e republicanos a partir do
principio da soberania popular e de um renovado ascenso das lutas do povo
brasileiro e das classes trabalhadoras.
A vitoria parcial dos
golpistas só tem sido possível ate agora pelo fato de terem ocupado a agenda
democrática através do uso instrumental e seletivo das denuncias de corrupção
ao qual vinculam a agenda do Estado mínimo e pela forte retomada da agenda
neoliberal que marcou os últimos anos, encontrando o seu ponto de síntese
exatamente na candidatura quase vitoriosa de Aécio Neves. A posição defensiva
da esquerda brasileira tem sua origem em uma adaptação programática a uma
institucionalidade estatal corrompida, com centro no financiamento empresarial
das campanhas eleitorais, e, mais recentemente, à ofensiva neoliberal no plano
econômico. Assim, a retomada de seu protagonismo, no sentido histórico,
depende de um grande movimento de retomada da luta democrática e de uma refundação
dos horizontes da vida econômica do pais, em um quadro de renovada conquista de
direitos. Este novo protagonismo vem junto a um ascenso da luta das mulheres e
de um novo patamar da luta anti-racista, tendo como eixo um novo movimento político das classes
trabalhadoras da cidade e do campo. A luta contra o golpe e o inicio deste novo
protagonismo deve atualizar, de forma crescente, a reivindicação de uma
Assembléia Constituinte exclusivamente convocada para aprofundar as dimensões
democráticas e republicanas do estado brasileiro.
5- O programa e a
estratégia da revolução democrática é o caminho histórico para derrotar o golpe
e construir uma nova hegemonia...
Não há nenhuma razão que
justifique uma estratégia de acomodação e redução de danos diante do golpe a
democracia em curso no país. Pelo contrário, este é um momento de novas
esperanças e de profunda renovação da esquerda brasileira. Mais do que nunca, a
autoconfianca na potência democrática do povo brasileiro e dos trabalhadores
deve prevalecer sobre um sentimento de impotência e derrotismo. Mas toda
esperança exige a apresentação de suas razoes.
A identidade da esquerda
socialista e democrática não é dogmática mas dramática, não é autocomplacente
mas critica, não se nutre de certezas mas de utopias inscritas em potencial na
realidade da luta de classes.
A própria necessidade da luta
contra o golpe está exigindo da esquerda brasileira reencontrar suas raízes e
reinventar suas dimensões democráticas radicais. Os direitos de resistência, atualizados
pelas lutas dos povos contra os regimes despóticos e fascistas, previsto na
Carta dos Direitos Fundamentais da ONU, abarca o direito a objeção de
consciência (exemplarmente e magnificamente adotado pela presidente Dilma em
sua recusa a aceitar a legalidade de um golpe ilegítimo), o direito à
insubordinação civil (exemplificado na ocupação de ministérios e em outras
dimensões simbólicas de não reconhecimento da legalidade golpista), o direito à
greve política (inicialmente praticado pelos petroleiros mas que se prepara já
como greve geral), o direito à auto-determinacão (como se discutiu através do
direito a retomar o principio da soberania popular diante de instituições da
democracia que violam o principio republicano fundamental) se completa com o
direito à revolução democrática ( o direito do povo derrubar, pelos meios que
forem necessários, um governo usurpador).
Não se pode enfrentar uma
contra-revolução com meia-esperança, com meia-razão, com meio-programa, com
meia-energia, com meio-plano de futuro. Não subestimemos a força dos interesses
e das paixões que movem o golpe. Será preciso buscar as raízes mais fundas da
energia, da inteligência e das capacidades políticas do povo brasileiro. Um
ciclo político de reformas históricas importantes mas autocontidas, em regimes
de coalizão ampla e adaptadas a correlação de forcas institucionalizadas,
chegou ao fim. Um novo PT e uma nova unidade da esquerda brasileira estão
nascendo. O caminho da revolução democrática já está sendo aberto e quanto mais
formos capazes de trilhá-lo mais crescerão as possibilidades de derrotar o
golpe e construir uma nova hegemonia democrática das esquerdas no Brasil.
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