TCU
mudou regra aceita durante
14 anos e deu fôlego ao processo
de 'impeachment'
Ivo da Mota, em 1º plano |
O ex-subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da
República, Ivo da Motta Azevedo Correa, que prestou depoimento nesta segunda-feira (20) na Comissão
Processante do Impeachment de Dilma Rousseff, deu mais um indício de manobras
para permitir o processo de impeachment.
O processo de impeachment só teve alguma chance de ser aceito
juridicamente porque o Tribunal de Contas da União (TCU) alterou um
entendimento aceito durante 14 anos, ou seja, quase uma década e meia. Uma
mudança que expressa um casuísmo inacreditável.
Correa falou do ponto de vista técnico sobre o processo de edição dos
decretos assinados por Dilma Rousseff e a legalidade deles. Correa explicou,
entre outras coisas, que “um alerta do TCU não equivale a uma decisão do
tribunal” e que, por isso, o governo se baseou em jurisprudência anterior para
editar os decretos sem acreditar que cometia irregularidades – mesmo tendo
recebido um parecer sobre o assunto.
“Esse encaminhamento é um parecer, é uma opinião de um membro junto ao
Tribunal – com a devida vênia, pois é um membro de grande valor e grande
distinção –, mas que ainda não formava nem decisão do tribunal, nem alterava as
decisões que o tribunal tinha tomado ao longo de 14 anos anteriormente”, disse.
De acordo com o técnico, “após o dia
7 de outubro [de 2015], quando o Tribunal efetivamente se manifestou pelo seu
pleno, parece-me que o Poder Executivo adotou a mudança e parou de editar
qualquer tipo de decreto com essa natureza”. (Carta Campinas com informações da
Agência Brasil)
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