'Diretas, já!' ou
'Diretas, nunca'!
O noticiário contraditório que oscila
entre o descarte de Temer e a sua manutenção --como um vigia bebado do
precipício ao qual o país foi reduzido pela irresponsabilidade golpista das
suas elites, evidencia a saturação das ferramentas conservadoras.
/// Mas não deve iludir: a elite golpista sabe onde quer chegar, embora
deixe transparecer a saturação dos meios à sua disposição. /// Se
preciso, pode até levar ao sacrifício algumas peças para afiar a guilhotina
desgastada e decepar os direitos políticos de Lula; colocar Meirelles ou Gilmar
no comando do Estado e concluir as reformas que revogam o escopo de direito
sociais e trabalhistas da Carta de 1988. /// Feito o trabalho sujo,
a nação iria às urnas dentro de um ano e meio desprovida de lideranças reais,
eviscerada de músculos e instrumentos institucionais para sair do chão.
/// Em resumo, com alguma hesitação e riscos inerentes, tenta-se ganhar
tempo e espaço político para concluir a operação central do golpe: lancetar o
pacto da sociedade nascido sob o impulso da extraordinária ascensão das massas
populares na cena política de 1984, com a Campanha das 'Diretas, Já!'.
/// A exemplo do que ocorreu naquele final da ditadura, a elite e os
interesses dominantes topam agora qualquer coisa. Menos entregar a transição de
um ciclo de desenvolvimento que se esgotou ao voto popular.
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