PAULO HENRIQUE AMORIM, no CONVERSA AFIADA:
Marinho anuncia o fim da Globo
O JN não é de televisão. É jornal impresso lido na tv...
O filho mais velho em trajes fúnebres...
Por 2'57”, o filho mais velho do Roberto Marinho, em trajes fúnebres, celebrou o réquiem da empresa que herdou do pai e não vai deixar para os filhos e netos. *** O motivo das imprevistas exéquias foi revelar o novo cenário do jornal nacional. *** (Sobre o jornal nacional, leia abaixo a Navalha). *** A peroração tem a Dialética de Cicero e a Oratória de Carlos Lacerda. *** Um desastre ferroviário, diria o Mino Carta. *** Melhor seria se a tarefa tivesse sido conferida ao Ministro Gilmar Mendes! *** Nesta terça terça(20), na página 3 de O Globo Overseas Investment BV, é possível ler a íntegra da manifestação lúgubre. *** Aqui vão trechos reveladores do iminente enterramento:
(...) A principal característica dessa crise política não é apenas a imprevisibilidade e o alto grau de incerteza, pois isso já aconteceu antes, é a guerra da contrainformação, dos fatos alternativos, das teorias da conspiração e, porque não dizer, do mar de mentiras que nos assola, principalmente através da internet e das redes sociais. O nosso compromisso com a verdade, com a 'sua excelência, o fato', como diria Ulisses Guimarães, nos torna um porto seguro da informação e um dos alicerces da vida democrática. Dá para imaginar o que seria se não existíssemos junto com outros respeitados baluartes do bom jornalismo no Brasil? (...) Nosso trabalho principal é cuidar da saúde do grupo de empresas e do exercício de sua missão e princípios, para entregá-lo saudável à próxima geração, que continuará a mesma tarefa...
Ele sentiu o golpe mortal entre a nuca e o pescoço, como na Ilíada: da internet e das redes sociais. Primeiro, demonstram que a Globo está à venda. (O Valdir Macedo não se cansa de dizer que não está interessado, porque a folha de salários é maior que a receita.) E, segundo, que o Marinho constata que fracassou: - “Netflix supera TV paga em assinantes nos EUA”: streaming tem 51 milhões de assinantes e a TV, 49 milhões – revela o Estadão, ele próprio em comatoso estado; - “Penetração da Globo Play não passa de 3,6%”, segundo pesquisa da MobileTime/Opinion Box, publicada na Fel-lha. A “Globo Play”, funesta tentativa dos filhos do Roberto Marinho de enfrentar – no Brasil e olhe lá - os gigantes multinacionais nos serviços de streaming, leva uma surra: 63% da Netflix e 21% da Spotfy. São esses os “fatos alternativos” que “assolam” a Globo Overseas. Porque de Overseas só tem o paraíso fiscal… É que os filhos do Roberto Marinho já perceberam não ter cacife para entrar numa guerra perdida – a guerra de vender comercial em troca de entretenimento, na tevê aberta. Essa indústria acabou. Assim como acabou a indústria que dela vivia, a publicidade. Hoje, no mundo, só duas agências de publicidade – a WPP, de origem inglesa, e a Publicis, de origem francesa – têm bala na agulha para enfrentar o Google e congêneres. Qualquer um – sem precisar dos jênios do Guanaes – pode fazer publicidade diretamente nos googles – e por isso o Google googlou a Globo. A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura, mas, agora, ela joga o MT na cloaca. (Embora a Cegonhóloga ainda resista…) Como o povo não é bobo, sabe-se que, na verdade, essa estratégia é simples: limpar os livros e a reputação para se vender. Provavelmente ao Slim do México. O Golpe não tem a oferecer à Globo nada que possa salvá-la.
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