Paulo
Nogueira morreu na noite desta quinta-feira, 29 de
junho, em São Paulo. Tinha 61 anos. Estava com câncer. Depois de uma batalha de dez
meses, finalmente descansou. ///Paulo
está vivo. /// Paulo
está em seus filhos: meus sobrinhos Emir, Pedro, Camila e Fernando. Paulo está em minhas cunhadas Erika e Luísa.
/// Está nos seus irmãos Mari, Zé, Kika e eu.
Nos seus sobrinhos e sobrinhas. Na minha tia Maria Ely. Nos amigos, como Sergio
Berezovsky, Caco de Paula, Bia Parreiras e tantos outros que peço desculpas por
não citar nesse momento. /// Está em mim e em você.
/// Está em seu trabalho e em seu legado enorme e generoso. /// Ele fez de tudo no jornalismo. Foi repórter, editor, diretor de
redação, superintendente. A maior parte da carreira na Editora Abril, outra
parte na Editora Globo, os anos mais recentes neste DIÁRIODO CENTRO DO MUNDO. /// Um
dos maiores jornalistas do Brasil, passou pela Veja, foi editor da Veja São
Paulo, reinventou a Exame.
/// Deixou sua marca em cada uma
delas. A vibração, a provocação, o apuro, a preocupação com a excelência.
Inventou projetos, antecipava tendências. /// Nunca
foi santo. Era duro. Era também de uma paciência infinita. Fez companheiros
para a vida toda nas redações e revelou talentos. Fez inimigos, também, como
todo grande homem. /// Ensinou, ensinou, ensinou. /// O
DCM era seu projeto preferido. Ele mesmo falava do privilégio de poder exercer
o ofício depois dos 50. Poderia ter tido uma aposentadoria tranquila, jogando
tênis e pôquer às margens do Tâmisa.
/// Preferiu combater o bom
combate, com a mesma paixão de sempre. Em
2012, comemorávamos quando conseguíamos alcançar 20 mil leitores num dia. Hoje
são 500 mil. /// O Paulo tinha uma visão e a perseguia com a
mesma obstinação que tinha jogando futebol (um dia eu conto do gol mais bonito
que ele fez. Um dia eu faço isso, quando não me doer tanto). ///
A utopia do Brasil escandinavo foi a bússola do DCM. Continuará
sendo. /// Uma vida intensa, um homem que fez tudo à
sua maneira. Nasceu e morreu no mesmo quarto na casa dos nossos pais, no Jardim
Previdência. /// Como ele queria. /// O
Paulo vive. Obrigado, meu irmão.
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