sexta-feira, 8 de abril de 2016

Quem é  o  ‘nobre’ picareta,   relator  do 'Impeachment', que recomendou a cassação da presidenta Dilma Rousseff                
Eliz Brandão                                
Arantes é da 'tropa de choque' de Eduardo Cunha
    
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Quem é o deputado JOVAIR ARANTES, que nunca vimos badalado no noticiário nacional? Qual a sua história política? Estranho: por que a mídia não apresentou ao respeitável público o relator do pedido de impeachment da presidenta eleita por mais de 54 milhões de brasileiros?


Jovair de Oliveira Arantes, nasceu em 1951, em Buriti Alegre, cidade com pouco menos de 10 mil habitantes, interior de Goiás, a 192 quilômetros da capital. Formado em odontologia, sua carreira política já dura 33 anos, desde que se filiou ao PMDB(1983), elegendo-se  vereador em Goiânia. Em 1989,  foi um dos fundadores do PSDB goiano. Em 1990, eleito deputado estadual,  renunciou  para candidatar-se a deputado federal. Foi vice-prefeito de Goiânia, pelo PSDB, de 1993 a 1995, além de candidato à Prefeitura de Goiânia em diversas ocasiões, todavia sem sucesso. Cumpre o sexto mandato consecutivo na Câmara. Em 2003,  trocou o PSDB para se tornar comandar o PTB em Goiás.



Fraude de aposentadorias no  INSS

Em 2011, Jovair Arantes foi acusado pelo Ministério Público Federal de participação ativa em esquema de trocas de favores envolvendo desde a indicação de cargos dentro do INSS à concessão de benefícios de aposentadoria. 

Interceptações telefônicas revelaram seu envolvimento com o “amigo”, ex-gerente do INSS em Goiás, José Aparecido da Silva (preso em 2010 na “Operação Guia” da PF). Detalhe singelo: em 2014 o caso foi arquivado pelo ministro 'tucano' Gilmar Mendes no STF.

Com Carlinhos 'Cachoeira'

A ficha do deputado goiano não para por aí. Ele ainda foi denunciado por outros ilícitos. 'Grampos' telefônicos da Polícia Federal em 2012, com mais de 200 horas de gravação, registram Jovair Arantes falando sobre encontros com o chefe do jogo do bicho em Goiás, Carlinhos Cachoeira

A "Operação Monte Carlo" culminou com a prisão de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e dezenas de policiais civis e militares, por envolvimento na exploração ilegal de máquinas caça-níqueis, em Goiás e na periferia de Brasília. Foram presos também dois delegados da PF e o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o 'Dadá'. De acordo com a  revista Época, a investigação  confirmou a destacada influência do contraventor na política goiana. As gravações telefônicas, autorizadas judicialmente, confirmam que Cachoeira conversava frequentemente com deputados federais, Jovair à frente,  e  o senador  Demóstenes Torres (DEM).

O fato gerou uma CPI  na Assembleia Legislativa goiana, para apurar o envolvimento de parlamentares com  Cachoeira. Entretanto, com maioria  da base aliada do governador tucano Marconi Perilo, a CPI mudou o rumo das investigações para possíveis contratos firmados entre agentes públicos e prefeitos dos oposicionistas  PT e PMDB, e encerrada sem qualquer indiciamento.

Jovair Arantes chegou a ciomentar publicamente ser “natural” um parlamentar atender aos pedidos de Cachoeira em órgãos públicos ou no Congresso.

Atuação(pra  lá  de) 
nebulosa na Câmara

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Del Nero e Marin
Líder da “bancada da bola” na Câmara dos Deputados, Jovair é presidente do Conselho do Atlético Goianiense e sempre promoveu feroz entrave a todas as iniciativas para investigar  relações ilícitas de entidades e empresas de futebol. Ele é 'amigo' do ex-presidente da CBF, José Maria Marin(preso nos Estados Unidos por envolvimento com a corrupção na FIFA) e  do presidente licenciado da entidade, Marco Polo del Nero,  investigado pelos mesmos crimes nos EUA e no Brasil.

Defensor intransigente dos 'cartolas' do futebol, Arantes apresentou emenda que anistiava clubes responsáveis por dívidas fiscais multimilionárias.

Em  manobra conhecida como “Jaboti”, o deputado, com seus aliados, embutiu proposta na Medida Provisória 656, que isentava de impostos importadores de equipamentos destinados à geração de energia eólica. Jovair cuidou de alongar as dívidas das empresas com o governo federal por mais 20 anos, sob juros reduzidos (5% ao ano), anulação de multas e nenhuma regra de responsabilidade.  A presidenta Dilma  vetou a proposta(AMgóes - Dá para entender, entre outros, os motivos 'técnicos' que convenceram o. 

CPI do Futebol


Jovair  tentou impedir a instalação da CPI do Futebol na Câmara Federal, em julho do ano passado,instituida para apurar supostas irregularidades da CBF em contratos comerciais. E justificou: "Particularmente não gosto de CPI. Sempre é complicado para você ver as coisas,   ali se realizando efetivamente. Por isso acho que não deveria haver”.


R$  4 milhões   para 
apoiar apadrinhado

Em janeiro de 2012, o “nobre” deputado foi alvo de nova denúncia ao Ministério Público , segundo a qual cobrara R$ 4 milhões para apoiar a  recondução de Osmar  Pires Martins Júnior à direção  da Agência Goiana de Meio Ambiente,. 

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"Quatro milhões e você continua, topa?"
A denúncia foi publicada na revista Veja: “Num documento de 24 páginas assinado e entregue formalmente ao Ministério Público em dezembro passado [2011], ele [Osmar Pires] diz que, quando estava de saída da Agência Ambiental, ouviu uma proposta nada ortodoxa: Jovair, a quem caberia indicar o novo presidente do órgão, pediu 4 milhões de reais para apoiar sua recondução. ‘O deputado queria R$ 4 milhões a fim de o infraescrito  continuar na titularidade do órgão público’, escreveu.”

Obscuro patrimônio de milhões

Segundo o atlas político, o deputado Jovair Arantes tem um patrimônio (declarado) de R$ 2.750.000,00, pouco mais do total (oficialmente)gasto em sua última campanha à reeleição(2014), R$ 2.300.000,00. Entre as doações recebidas, R$ 500.000.000,00 de uma das maiores indústrias de alimentos do planeta, a JBS S/A,  a Friboi,  de José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro, fundada em 1953(Anápolis-GO), com sede, há décadas,  em São Paulo.

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