segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Calero,  que  não é santo,

briga   com  Geddel  para

retaliar PMDB  de  Temer

Tadeu Porto(*)                  

Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Leonardo Picciani (Esporte), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Marcelo Calero (Cultura) participam de reunião sobre a Olimpíada do Rio. Foto Marcelo Camarg/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camaro/Agência Brasil
Marcelo Calero(ex-MinC), que de bobo não tem nada, largou o governo golpista e atirou no núcleo duro do presidente Michel Temer, chefiado pelo ministro 'articulador' Geddel Vieira Lima. Vários amigos consideram a pressão que Calero sofreu a versão mais factível, mas, no entendimento deste colaborador do CAFEZINHO, ele só saiu do Ministério da Cultura  por evidente racha no PMDB.
Vamos a alguns fatos que ajudam na construção da ideia:
1) Calero é ligado ao PMDB/RJ, a facção do partido  mais atingida pela operação 'Lava Jato'(com as prisões de Cunha e Cabral).
2) O PMDB fluminense foi o último fio de resistência da presidenta Dilma no Planalto, através do deputado Leonardo Picciani, e por isso se acirraram as disputas internas no partido, a ponto de sua liderança na Câmara ser trocada duas vezes em pouquíssimo tempo (o que implicou sérios constrangimentos internos).
3) Cabral, a figura mais influente do PMDB/RJ  e um dos maiores em nível nacional. Cotado para disputar a presidência da República em 2018 e considerado como de 'centro', transitava por praticamente todo o espectro partidário(considerando, claro, os partidos de grande porte). Personalidades controversas como ele não sofrem ataque, através de uma prisão, por exemoplo - com ameaça inclusive a sua família - sem uma contraofensiva pesada em relação ao processo político em geral.
4) O Rio é o estado que vive a maior crise nacional, política e econômica. Ainda uma incógnita o eventual interesse de o governo federal  comprar o desgaste de  investir em um estado atolados em escândalos fiscais, como as desonerações de Cabral/Pezão, ora na mira de uma CPI. Se Temer não ajudar, aprofundará ainda mais a crise entre o PMDB nacional e o fluminense.
5) Por fim,  impossível  que Marcelo Calero (ex-secretário de Eduardo Paes na prefeitura do Rio) não sabia como se faz política(de 'concessõess) no PMDB. Provavelmente, na primeira oportunidade em que Geddel lhe pediu o "favor"(sobre a liberação do tal projeto imobiliáriio em Salvador, em área tombada pelo IPHAN), ele levou numa boa e "barrigou", ou por medo de retaliação ou para se armar contra o nebuloso ministro baiano (aposto na segunda opção).
Assim, a saída de Calero do MinC nada mais é que uma barata escapando da trupe do PMDB no pós-prisão de Cabral, já que os ratos agora vão brigar para definir quem sai do Titanic golpista primeiro.
Pretendo assista a esse 'round'  autofágico de camarote.
(*) Tadeu Porto é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.

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