segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Literalmente, fanatismo é
doença

     javier   Muito interessante a notícia publicada no site(AQUI) de ONU no Brasil, muito menos pelo fato de o médico ser um dos cubanos do Programa Mais Médicos  e mais porque  revela o mal que abordagens fundamentalistas – religiosas ou pseudamente científicas –  são, além de tudo, prejudiciais à saúde.
Lá no extremo Norte do país – todo mundo aprendeu este nome: Oiapoque  – o médico Javier Isbell Lopez, estranhando o alto consumo de antibióticos entre os índios da aldeia Kumenê, descobriu que, nos anos 60, missionários religiosos tinham convencido a tribo de que o uso de medicina natural era “feitiçaria”.
Javier foi reintroduzindo, pacientemente, remédios naturais sobre os quais se tem, já, provas científicas de eficácia.
-No começo, quando eu receitava alguma delas, eles jogavam fora e ficavam bravos comigo porque queriam antibióticos. Antes de ter médico aqui, eles faziam um uso excessivo de antibióticos e, hoje, as bactérias que circulam na comunidade têm resistência aos medicamentos disponíveis.
Claro que chás e infusões não as soluções para a saúde publica, mas parte dela está na recuperação da ideia de que saúde é um estado de bem-estar físico e mental e não uma mera equação tecnológica. Que começa, como uma consulta médica, com a compreensão do que se passa com alguém, imediata e remotamente e só depois vêm os exames clínicos e, eventualmente, os laboratoriais e de imagem.
Em muitos casos, parece, esta dinâmica se inverteu, como em outros campos os “sabidos” transformam a técnica em resposta e, pior, na lei de toda a vida.
O resto é populismo, demagogia. Ou, quem sabe, feitiçaria.
PS. Use uns minutos, nesta quadra de tantas aflições,  para ver imagens comoventes de profissionais de saúde, brasileiros e estrangeiros, do MAIS MÉDICOS, reunidas numa coleção de fotos maravilhosas da Organização Panamericana de Saúde. É bom tratamento de “reumanização” nestes tempos. Veja aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário