Estado está forçando fechamento da UERJ, denuncia reitor
Em carta ao governo fluminense, professor Garcia Marques diz que Universidade pode fechar as portas, além do Hospital Universitário Pedro Ernesto, responsável pelo atendimento de centenas de milhares de pacientes da cidade e do Grande Rio...
Depois que o Conselho Universitário da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) divulgou um comunicado sobre a possibilidade de interromper as atividades nas diversas unidades acadêmicas e administrativas, devido à falta de pagamento dos salários, bolsas e verbas de custeio, nessa terça-feira()10), o reitor da instituição, Ruy Garcia Marques, divulgou uma carta enviada ao governo em que afirma que o estado está "forçando o fechamento da universidade".
No documento, chamado "A Uerj e o Futuro do
Rio de Janeiro”, Marques destaca a situação precária de funcionamento da
universidade após os atrasos em pagamentos e repasses de verbas. Os salários
dos professores e técnicos, além do pagamento a alunos bolsistas, estão
atrasados desde novembro. O reitor afirma que "desprezar o ensino
superior, a pós-graduação e a pesquisa é apostar na miséria, na violência e num
futuro sem perspectivas positivas”. O reitor diz ainda que “forçar o fechamento
da Uerj é não pensar no futuro de nosso estado e de nosso país”.
Assinado também pela vice-reitora,Maria Georgina Muniz Washington, e com o apoio de diversos ex-dirigentes, o texto afirma que
"a Uerj está sendo sucateada, numa absoluta falta de visão estratégica por
parte dos governantes do nosso estado, a quem incumbe o financiamento de uma
universidade pública e inclusiva como a nossa”.
O texto destaca que a Uerj é atualmente a 11ª
colocada em qualidade entre as 195 universidades brasileiras e a 20ª da América
Latina, segundo o ranking da Times Higher Education de 2016. O reitor ressalta
ainda que a insituição tem bons resultados na inserção de seus alunos no
mercado de trabalho e em produção científica.
A Uerj também é responsável pelo Hospital
Universitário Pedro Ernesto (HUPE), um dos maiores do Rio de Janeiro, pela
Policlínica Piquet Carneiro (PPC) e pela Universidade Aberta da Terceira Idade
(UnATI).“São cerca de 35 mil alunos em seus cursos de graduação, nas
modalidades presencial e de ensino a distância, mais de 4 mil em cursos de
mestrado e doutorado, cerca de 2 mil em cursos de especialização e 1,1 mil nos ensinos
fundamental e médio (Instituto de Aplicação – CAp-Uerj). Além do Campus
Maracanã, dispõe-se em 13 unidades externas, constituindo seis campi regionais
espalhados pelo estado do Rio de Janeiro, colaborando com seu desenvolvimento
regional”.
"Fica clara, portanto, a importância da Uerj
no cenário educacional de nosso estado, bem como seu impacto positivo para a
nossa economia, preparando recursos humanos muito qualificados para as áreas da
indústria, da tecnologia, do comércio, da educação, da saúde e da pesquisa
avançada”, ressalta a carta.
O governo do estado informou que a demanda da Uerj
seria respondida pela Secretaria de Fazenda (Sefaz). De acordo com a pasta, os
funcionários estatutários da Uerj vêm recebendo os salários junto com os demais
servidores, dentro do calendário atual de pagamentos. "Neste caso, a
referência novembro 2016 está sendo parcelado em 5 vezes. Foram pagas as duas
primeiras parcelas dias 5 e 6 e serão pagas as demais dias 11, 13 e 17”.
A Sefaz destaca que os repasses continuam sendo
feitos à Uerj, “mesmo diante da grave crise financeira que o estado atravessa”,
mas que, desde o início da crise, “a prioridade absoluta tem sido o pagamento
dos salários dos servidores do estado”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário