Relatório do ano passado dizia que 62 bilionários detinham tanta riqueza
quanto 50% da população. Desta vez o relatório diz que este número se reduz a
oito. Crucial para os golpistas daqui: neste 2017, um em cada três desempregados
do mundo será brasileiro...
Começou nessa segunda-feira (16) o
Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. O ministro(golpista) Henrique
Meirelles comparece levando a missão de atrair investimentos, comprovando ser o Brasil 'agora' um país 'sério'(?) que finalmente está enfrentando 'seus problemas'(???).
Naturalmente a mídia conservadora
brasileira, Globo à frente, deverá apresentar o esforço de Meirelles como bem sucedido. Não se
esperam surpresas desse lado.
Mais uma vez, porém, o esforço do governo (ilegítimo) do Brasil estará na contramão. Desde pelo menos o ano
passado o Fórum Econômico, ao contrário do que fazia antes, quando apresentava
quase sempre uma visando positiva na economia mundial, vem apresentando um
balanço problemático do tema, apontando o aprofundamento da desigualdade como a
espinha dorsal dos problemas do planeta.
Os dados são cada vez mais
estarrecedores. No ano passado o relatório da OXFAM - um conglomerado de
dezenas de ONGs e associações semelhantes que atuam em mais de 90 países,
apresentado no mesmo Fórum, dizia que 62 bilionários detinham tanta riqueza
quanto 50% da população mundial. Desta vez o relatório diz que esse de bilionários número se
reduz a OITO. Se levarmos em conta os outros 56 do relatório passado, a
desigualdade terá dados mais dramáticos ainda.
Estes bilionários são: Bill Gates, da
Microsoft, Amansio Ortega, da Zara, Carlos S. Helm, da mexicana Carso, Warren
Buffet, da Berkshire Hathaway, Jeff Rezos, da Amazon, Mark Zuckerberg, da
Facebook, Larry Ellison, da Oracle tech, e Michael Bloomberg, da Bloomberg
News. Juntos, eles detém uma riqueza avaliada em 426 bilhões de dólares, que
corresponde ao valor das posses de 3,6 bilhões de pessoas na outra ponta da
pirâmide social planetária. Diz a Oxfam que a reavaliação decorreu da obtenção
de dados mais precisos sobre estas empresas e também sobre a pobreza no mundo,
sobretudo na Índia e na China.
Olhando-se o universo destas empresas,
observa-se que:
1. Microsoft, Oracle, e Facebook atuam
na frente virtual e proximidades.
2. A Amazon também atua na frente
virtual, especializada em vendas de produtos editoriais.
3. A Berkshire Hathaway é uma empresa
especializada em administrar outras empresas, e faz algum tempo se especializa
em compra-las, agregando-as ao seu conglomerado.
4. A mexicana Carso se especializa em
infra-estrutura e energia, macro-construções e no varejo destes setores.
5. A Bloomberg News é hoje um
conglomerado de empresas especializadas em informações para o setor financeiro.
6. A galega Zara é uma rede de
vestimentas, calçados e produtos afins para mulheres e crianças.
Todas elas têm uma atuação em escala
planetária.
Foi-se o tempo, portanto, em que o
Fórum de Davos e o Fórum Social Mundial, que nasceu em 2001, em Porto Alegre,
eram antípodas. O FSM perdeu muito de seu ímpeto, ao recusar uma aproximação
mais diretamente política (sem cair no partidarismo) dos temas mundiais. O
Fórum de Davos continua em grande parte dedicado a apresentar soluções
paliativas para os problemas mundiais, mas pelo menos vem se aproximando mais de
um quadro realista da desigualdade planetária.
Quanto a Porto Alegre, hoje presa de
uma plêiade de políticos e de uma classe média que se tornou largamente
conservadora, deixou de ser “a capital do século XXI” que já foi. E como um
todo o Brasil do governo ilegítimo de Michel Temer se afunda cada vez mais no
pântano da desigualdade. Segundo dados da OIT, em 2017 um entre cada três novos desempregados no
mundo será brasileiro.
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