Temer e a escolha macabra  para  a cadeira de Teori, a poucas horas  de sua   morte  em  acidente  de   avião

FERNANDO BRITO           

     

Nenhum 'esquerdista': as associações de magistrados pedem investigação rápida e transparente da queda do avião que levava Teori Zavascki.

A começar da viagem para um hotel de Parati no dia seguinte ao ter que interromper suas férias, segundo os jornais, para 'apressar' a homologação do lote de delações da Odebrecht. Noticiava anteontem o Valor Econômico:

“O relator da Lava-Jato, ministro Teori Zavascki, voltou nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar as delações premiadas dos 77 executivos da Odebrecht. O ministro interrompeu as férias, iniciadas no fim de dezembro, quando começou o recesso do tribunal, para começar os procedimentos preparatórios para a homologação das delações”.

O ministro estava em Parati, viajou de quatro a cinco horas ontem (Parati/SP/Brasília)  e voltou, para uma jornada igual, nessa quinta(19), inopinadamente?

O choque do avião no mar foi só uma confusão mar-horizonte a mais de 2 km da pista? Uma desistência do pouso, um meia-volta fechada à baixa altitude e velocidade, o famoso stall turn,  em que o avião perde sustentação e sofre um queda repentina, que só pode ser recuperada  se o aparelho não estiver muito perto do solo ou, como foi o caso, na superfície do mar.

Outra “curiosidade” é o dono do avião e do hotel, Carlos Alberto Filgueira, assunto para mais algumas horas.

Não vamos entrar numa linha sobre teorias de sabotagem, embora as razões políticas para isso sejam inquestionáveis. Apenas o registro da notícia de que a equipe da Polícia Federal escalada para investigar é a mesma que (não) apurou o acidente com Eduardo Campos, que não é lá muito alvissareiro.

O que há de concreto é o dantesco espetáculo da pressa mórbida de indicar o substituto de Teori Zavascki  por Michel Temer, cujo comparsa, digo, o íntimo Moreira Franco já dá declarações de que será “o mais rápida possível”, enquanto o corpo de Teori estava ainda debaixo d’água.

Asqueroso como a Globonews “força a barra” para dizer que 'tem de sair logo' a indicação.

Um ministro indicado por Michel Temer(listado nas delações)  e aprovado por senadores(listados nas delações) , homologando as delações é, realmente, uma prova da 'originalidade' da nossa democracia de formalidades(afinal, o que 'realmente' interessa - a causa do acidente com o ministro Teori - não vem ao caso).

PS do AMgóes >> Leia AQUI a intrigante reportagem do jornal EXTRA(organizações Globo) sobre o acidente.