Lava
Jato divulga estudo mentiroso sobre seus próprios arbítrios
A força-tarefa da Lava Jato não apenas não sabe fazer powerpoints.
Ela também não sabe falar a verdade.
Hoje, ela
divulgou um estudo em que
distorce completamente os números, porque não inclui todos aqueles que ela
manteve preso preventivamente por até dois anos, sem condenação, sem prova. Usa
apenas o que ainda estão detidos. Ou seja, ignora os arbítrios já cometidos, as
torturas, as manipulações sem limite, os vazamentos seletivos e criminosos, a
agenda minunciosamente sincronizada com os objetivos do golpe.
Para dar
somente um exemplo: houve um executivo da OAS, Mateus Coutinho de Sá, que ficou
preso, pela Lava Jato, por dois anos, e depois, em novembro do ano passado, foi absolvido em segunda instância, por
absoluta falta de provas.
Por que ficou
preso durante todo esse tempo? Ora,
porque a Lava Jato precisava, para levar adiante o golpe, produzir terror e
caos – o que conseguiu. O
executivo perdeu o emprego, a reputação, a liberdade.
Do
ponto-de-vista do golpe, e do país, porém, isso não é o principal: o que
importava era paralisar a economia, o que a Lava Jato também conseguiu. Foi assim
que a Lava Jato paralisou e depois destruiu a economia brasileira. Os
procuradores desarticulavam diretorias inteiras das nossas maiores empresas de
construção civil, responsáveis pelas principais obras de infra-estrutura do
país, sem importar se havia provas ou não contra os executivos.
O
importante era paralisar completamente as empresas, as obras e o país,
produzindo a atmosfera de terror, instabilidade e medo que levou ao golpe. Apenas
após as prisões é que se procuravam provas, através da mais desavergonhada
espionagem oficial. Quando enfim se encontrava um papelzinho, um email, um
telefonema suspeito, vazava-se ilegalmente tudo para a mídia, para que houvesse
condenação midiática que justificasse a prisão.
Lava Jato
e Globo – que são cúmplices no esquema golpista – se aproveitam da comoção
provocada pela morte de Teori para tentar legitimar os arbítrios e crimes de
uma operação que serviu de base para o golpe, golpe que deflagrou um processo
brutal de desnacionalização da economia, entrega de patrimônio público,
desmantelamento do Estado, redução das liberdades individuais e aumento da
repressão. Sem contar a onda fascista, que a Lava Jato fez explodir. Não é tôa
que os mesmos que defendem “intervenção militar já” e “Bolsonaro 2018” são os
maiores fanáticos por Sergio Moro e pela Lava Jato.
É
interessante, de qualquer forma, a preocupação da Lava Jato com sua “imagem”.
Desde o seu início, ela vem trabalhando, em parceria com a mídia, para manter
alta sua taxa de aprovação na opinião pública. Tem conseguido isso de maneira
espetacular. Mesmo assim, o seu viés autoritário não admite críticas, e ela
torra recursos públicos com todo o tipo de assessoria de marketing para
continuar posando de operação imaculada.
A Lava
Jato, nos últimos meses, entrou numa fase ainda mais sinistra, que é a de
celebrar, oficialmente ou extra-oficialmente, acordos com o Departamento de
Justiça dos EUA. Ou seja, a operação quebrou as maiores empresas de construção
pesada do país, e hoje a Petrobrás só está contratando estrangeiras,
infinitamente mais corruptas e truculentas, algumas delas patrocinadoras de
guerras de extermínio no oriente médio e África.
Quanto às
confirmações em segunda instância das condenações e ações de Sergio Moro, isso
apenas reforça o que a gente já sabia: o judiciário brasileiro é profundamente
corporativo. É muito raro, de maneira geral, não apenas na Lava Jato, que haja
qualquer mudança em condenações de segunda instância. Se houver pressão
midiática, então, aí é quase impossível. A Lava Jato sabe disso.
Toda essa
propaganda, bancada com dinheiro público ilimitado, para legitimar a Lava Jato,
incluindo esse “estudo” aí de hoje, visa pressionar e intimidar as instâncias
superiores, para que não ousem ficar no caminho da operação. Quem
ousará ficar no caminho da Globo e da Lava Jato? Afinal,
sem querer ventilar teorias de conspiração, mas já o fazendo, o último juiz que ousou chamar as prisões da Lava Jato de “medievalescas”, e
acusou a força-tarefa de promover espetáculos midiáticos, hoje jaz no fundo do mar de
Parati.
A Lava
Jato não é confiável. Não acho que seja a “maior operação contra a corrupção da
história do Brasil” e sim a operação mais corrupta, truculenta e irresponsável
da história do Brasil. E o resultado está aí: economia destruída, corruptos no
poder, patrimônio público sendo liquidado rapidamente, desemprego e
desesperança.
(Tem uma
outra coisa, que estou fingindo que nem estou vendo, de tão absurdo e
esquisito: um setor da militância petista, desorientado – certamente por culpa
do partido, que há tempos está acéfalo – passou a defender a Lava Jato e a homologação da delação da
Odebrecht, achando talvez que seria muito positivo que mais gente fosse presa.
Esqueceram o power point do Dallagnol?)
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