terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A  proibição  da  Globo  de  chamar  as

facções criminosas  pelo  nome  é boa, 

sobretudo,  para  as  facções                    

Kiko Nogueira                         
 
Ela não pode falar "PCC"

Leilane, da GloboNews, não pode falar "PCC, CV" etc
A sabedoria nasce quando as coisas são chamadas pelo nome que elas têm”, disse Confúcio certa vez a um discípulo. “Se os nomes não estiverem corretos, a linguagem não estará de acordo com a verdade das coisas.
A determinação da Globo de não invocar organizações como PCC, Família do Norte e Comando Vemelho pelo nome é uma idiossincrasia idiota que favorece, sobretudo, a bandidagem.
A ordem, segundo conta Maurício Stycer no Uol, apareceu nos anos 80, quando o CV colocou o terror no Rio de Janeiro (Lobão confessou que foi “diplomata” do grupo nessa época, mas isso não vem ao caso agora).
Segundo Styver, o veto tem por objetivo não dar “publicidade” aos criminosos e às suas ações. Isso impediria que outras pessoas seguissem “o mau caminho”.
É pretensão e megalomania. Ou alguém acha que Marcola está preocupado com essa papagaiada?
É medo, também. Os caras são tão poderosos que a maior emissora do Brasil não tem coragem de citar o título de suas quadrilhas.
O resultado, para os profissionais, é a ginástica mental a que o pessoal da GloboNews, por exemplo, é obrigado para dar notícias. Leilane Neubarth(acima), que já não é lá muito brilhante, faz o possível, sem sucesso, para ler o teleprompter sem se embananar.
O pobre espectador fica com a informação pela metade.
E todo esse zelo serviu para quê, em termos de segurança, se era esse o caso? Para nada.
A maior das gangues, o PCC, surgiu em 1993 no Centro de Reabilitação Penitenciária de Taubaté, no Vale do Paraíba, por obra de uma dezena de detentos.
Enquanto Bonner e seus colegas se recusavam a pronunciar as três letrinhas, hoje é um exército calculado em 10 mil homens. De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), movimenta 40 toneladas de cocaína e 200 milhões de reais por ano.
As autoridades afirmam que haja pelo menos mais 25 gangues apoiando o PCC ou o CV, que disputam o controle das fronteiras do país para o tráfico de drogas.
Somente neste ano, foram 60 decapitados em Manaus, mais 27 em Roraima, o caos e a barbárie instalados no país sem hora para terminar.
Tudo isso apesar de Gerson Camarotti, Fátima Bernardes, William Waack — e o ministro Alexandre de Moraes, que também acha essa estratégia maravilhosa — não proferirem esses títulos e não fazerem “propaganda” deles.
Não é incrível?

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