Explicações para grampo de Lula
e Dilma são sofismas de Moro e
da Polícia Federal (*)
>>> No fim do 'post', pertinentes comentários de internautas(são ou já foram da própria PF e conhecem o experiente Auler, autor deste 'post' - SUGIRO A LEITURA DE TODOS, ELUCIDATIVOS)
(*) SOFISMA: argumento com DOLO, isto é, conteúdo com a intenção consciente de enganar o interlocutor.
Quem conhece o sistema 'Guardião' que a Polícia Federal usa para grampear telefones, não pode deixar de ver como um SOFISMA – argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, conforme o dicionário do Houaiss – as explicações do Departamento de Policia Federal (DPF), na tarde de quarta-feira (16/03), corroboradas pelo próprio juiz Sérgio Moro, na manhã desta quinta-feira(17/03), ao justificarem o grampo em uma ligação da presidente Dilma Rousseff para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele foi feito 1 hora e 48 minutos após o delegado da PF Luciano Flores de Lima ter sido comunicado, pela secretária da 13ª Vara Federal, às 11:44, da decisão do juiz suspendendo o grampo. A conversa telefônica de Dilma e Lula ocorreu às 13:32. O delegado poderia ter evitado a gravação. mas não o fez.
Ao dar posse na manhã desta quinta-feira(17) ao ex-presidente Lula como ministro chefe da Casa Civil e ao subprocurador Eugênio Aragão na condição de Ministro da Justiça, a presidente Dilma prometeu apurar detalhadamente este grampo.
“Não há justiça quando as garantias constitucionais da própria Presidência da República são violadas”, disse Dilma. “Em que se pese o teor absolutamente republicano do diálogo que eu tive com o ex-presidente Lula, eles foram divulgados de forma publicizada”.
“Agora, estaremos avaliando com precisão as condições desse grampo que envolve a Presidência da República. Nós queremos saber quem o autorizou, por que o autorizou, e por que foi divulgado quando ele não continha nada que possa levantar qualquer suspeita. Interpretação desvirtuada, processos equívocos e investigações baseadas em grampos ilegais não favorecem a democracia nesse país”, afirmou Dilma.
Um bom começo seria auditar o(sistema) 'Guardião' da Superintendência do DPF no Paraná, onde o grampo foi feito.Tanto o DPF como o juiz Moro justificaram o grampo com a demora entre a comunicação à operadora e a suspensão de sua interceptação. No despacho assinado na manhã desta quinta-feira (18/03), Moro foi sucinto na questão sem entrar em detalhes: “Entre a decisão e a implementação da ordem junto às operadoras, colhido novo diálogo telefônico, às 13:32, juntado pela autoridade policial no evento 133″.
Já o DPF, na nota, emitida quarta-feira à tarde, expôs:
Em referência à matéria “PF gravou Dilma e Lula após Moro interromper interceptação telefônica”, (publicada no portal da Folha) a Polícia Federal esclarece:
1 – A interrupção de interceptações telefônicas é realizada pelas próprias empresas de telefonia móvel;
2 – Após o recebimento de notificação da decisão judicial, a PF imediatamente comunicou a companhia telefônica;
3 – Até o cumprimento da decisão judicial pela companhia telefônica, foram interceptadas algumas ligações;
4 – Encerrado efetivamente o sinal pela companhia, foi elaborado o respectivo relatório e encaminhado ao juízo competente, a quem cabe decidir sobre a sua utilização no processo.
'Delegado não suspendeu' – Trata-se de uma meia verdade. Ou, “argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade(sofisma)”. Afinal, o Guardião trabalha com um sistema de ramais, isto é, possui uma central telefônica com sistema de Discagem Direta de Ramais (DDR). Nele, cada ramal é um canal de gravação e recebe dados de um aparelho interceptado. Isso permite que seu controlador, independentemente da operadora de telefonia, suspenda as gravações.
Ao receber o comunicado da 13ª Vara às 11:44, o delegado Flores de Lima poderia ter procurado o Coordenador Regional de Interceptação de Sinais (CRIS) da Superintendência do DPF no Paraná – normalmente são dois agentes que dividem a tarefa em turnos, ambos subordinados à delegada Daniele Gossenheimer Rodrigues, chefe do Núcleo de Inteligência Policial (NIP) – para que eles programassem o computador que roda o sistema Guardião de forma a não gravar mais áudios enviados por aquele ramal/canal.
“Em casos como este eu nem levaria em consideração a operadora. Sendo uma situação excepcional, a Autoridade poderia solicitar ao Coordenador do Guardião pra programar o sistema para não gravar mais nada, mesmo que a operadora ainda estivesse enviando o áudio para a DDR do Guardião”, explica um policial federal com experiência no caso.
Isto prova que o grampo feito depois de suspensa a ordem do juiz não foi por responsabilidade da Operadora(Claro), mas por falta de iniciativa do delegado que recebeu a ordem. Era o mesmo que, coincidentemente, esteve na casa de Lula para promover a condução coercitiva(na sexta, 4).
Flores de Lima – que é lotado na delegacia de Santa Cruz do Sul (RS) e está em Curitiba permutado com outro delegado do Paraná que cobre sua vaga no Sul, ambos recebendo diárias – já foi acusado por procuradores da República de vazar uma Operação que vinha sendo comandada pelo próprio procurador geral, Rodrigo Janot. Primeiro ele demorou a encaminhar o caso para o Supremo, embora envolvesse deputados federais. Depois, às vésperas das eleições de 2014, encaminhou diretamente ao ministro Teori Zavascki pedidos de prisão temporária contra parlamentares. Os pedidos foram para Janot que negou-os. Em seguida a operação vazou e tudo se perdeu, como informou o procurador Celso Três ao jornal Sul 21, em matéria de 23 de outubro de 2014: Procurador que investiga suspeita de fraude no Pronaf afirma que vazamento “acabou com a operação”.
Ele também foi alvo de representação do Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul (SINPEF-RS) em 2011, por fazer promoção pessoal, em uma entrevista a uma revista gaúcha com o título”Luciano Flores de Lima, o ‘cara” da PF”. A denúncia acabou arquivada pela corregedoria segundo relata o Site 247 – “Delegado que coordenou ação contra Lula já foi denunciado pro promoção pessoal”.
Além da “falha” profissional de não suspender a gravação, ele é criticado por seus colegas que lidam com este tipo de trabalho, por não ter encerrado seu relatório com o que foi captado até às 11h44min, sem incluir a gravação da conversa da presidente.
O juiz Moro também vem sendo criticado por ter dado divulgação ao grampo, embora nele apareça a presidente Dilma, que tem direito a foro privilegiado, no Supremo. Mopro disse que o fez, em nome do “saudável escrutínio público sobre a atuação da Administração Pública e da própria Justiça criminal“.
Mesmo que ele não tenha grampeado a presidente da República, no momento em que a voz dela apareceu, juristas garantem que era seu dever respeitar as limitações que a lei lhe impõe. Ou seja, agir como previsto na Constituição, deixando ao Supremo Tribunal Federal (STF) a análise do diálogo e a decisão sobre a sua divulgação. Afinal, como ele próprio admitiu no despacho da manhã desta quinta-feira (17/03) para rebater acusações da ilegalidade, caberá ao Supremo Tribunal Federal, quando receber o processo, decidir “definitivamente sobre essas questões”. Se ele reconhece que é ao STF que cabe decidir definitivamente, deveria preservar-se deixando aos ministros daquela corte a avaliação sobre a importância da fala e a conveniência de torná-la pública. Sua decisão, portanto, aparentemente teve motivação mais política do que jurídica, já que a divulgação pode até atrapalhar o processo, tornando a prova imprestável.
Ao justificar-se, ele recorreu também a um exemplo norte-americano: “a circunstância do diálogo ter por interlocutor autoridade com foro privilegiado não altera o quadro, pois o interceptado era o investigado e não a autoridade, sendo a comunicação interceptada fortuitamente. Ademais, nem mesmo o supremo mandatário da República tem um privilégio absoluto no resguardo de suas comunicações, aqui colhidas apenas fortuitamente, podendo ser citado o conhecido precedente da Suprema Corte norte-americana em US v. Nixon, 1974, ainda um exemplo a ser seguido”. (AMgóes - 'um exemplo a ser seguido'? Justo Ricardh Nixon, presidente dos EUA que caiu por autorizar 'grampos' ilegais na sede do Partido Democrata?)
Curiosamente, no Jornal das 10 da GloboNews de quarta-feira, o novo ministro da Justiça, subprocurador da República Eugênio Aragão, usou do mesmo fato – encontro fortuito de provas – para indicar caminho inverso. Ao ser descoberto suposto envolvimento da presidente, deveria ser imediatamente remetido para a análise do Supremo e do Procurador Geral da República.
COMENTÁRIOS...
- Serei redundante. O clima criado pela mídia, em conluio com algum servidor Publico criminoso, tira a credibilidade da Imprensa e da Lava Jato. Vergonhoso, deplorável. Triste do país que tem como norteador da moral um criminoso com apoio de uma imprensa igualmente vil.
- Boa noite Auler!!! Essa desculpa dada pela PF chega a ser vergonhosa…a interrupção da interceptação é imediata…o Núcleo de Inteligência o faz em segundos…tem mais de uma dezena de analistas policiais querendo ser ouvido a respeito, para desmontar essa “trampa”
- Se for numerar as ilegalidades já praticadas nessa operação, ficamos aqui até o armagedon.A questão é, que a justiça não tá mais nem aí, são um bando de covardes, ou vendidos, que só se importam com a divulgação do caso na imprensa, com a opinião das massas ignárias manipuláveis.Então é isso aí mesmo, vazar não dá nada, fraudar não dá nada, grampear não dá nada.País de merda.
- Gostaria de ouvir os homens e mulheres honestos da PF.Quem é quem?
- meu amigo, quem é honesto na PF, ou tá com a cabeça enfiada num buraco, ou pediu remoção pro cazaquistão, pq naquele ninho de cobra, gente normal vira adubo!
- Chegou ao meu conhecimento que os delegados da Lava Jato instauraram um inquérito para chantagear o homem forte do DPF, ex-superintendente do Paraná, ex Diretor de Inteligência, ex-adido policial em Washington, pessoa que manda de fato na instituição (nomeia todos os superintendentes do país, diretores etc), JOSÉ MAURÍCIO LEITE VALEIXO. O inquérito 878/2014 está em stand by, e o recado para VALEIXO foi claro: "SE APURAR AS ILEGALIDADES DA LAVA JATO OU MEXER EM ALGUÉM DA EQUIPE, SUA CARREIRA ESTÁ ACABADA!!!!" Ou seja, o homem que manda na PF e era muito próximo de CARDOZO – O REPUBLICANO, está sendo chantageado. É por isso que a PF não faz nada. Sugiro ao jornalista que corra atrás da notícia, da verdade. A democracia, a legalidade, nossas garantias, nossa constituição, o povo, agradecem.
- Marcelo, esta parte da escuta não foi com 'guardião', foi escuta ambiental, na cara dura, escuta em cima da Presidência. É que Dilma, Lula, PT etc não se deram conta das dimensões, dos absurdos que este pessoal somado à globo teria a petulância de perpetrar. Estes caras não têm limites, eles acham a população lixo, eles não estão nem aí, querem que se dane qualquer aspecto de legalidade, quanto mais na força, na marra melhor . . . . Nós ficamos aqui falando sobre escuta ilegal, divulgação ilegal e aética, e eles não estão nem aí, quanto mais ilegal melhor, é pra arrasar mesmo, tal qual na antiguidade um povo arrasava a cidade do outro, é no escárnio, é no deboche, é pra humilhar, é pra não deixar traço . . . .
- Moro parece mesmo econômico no uso de sua inteligência. Outro sofisma é a menção de Nixon, o qual caiu exatamente porque foi o seu próprio partido, o Republicano, que foi acusado DE USAR escutas ilegais na sede do Partido Democrata, não de ter sido espionado.
- Conheço do Delegado Veleixo!!! Ponho minha mão no fogo por ele. Se procede essa denúncia de chantagem contra ele é um absurdo! Se bem que não se pode duvidar de mais nada da PF Curitiba!