Quem disse que a luta
de classes acabou?
A História do Brasil demonstra que aqueles que enfrentaram o fascismo venceram; e os que foram ingênuos ou desistentes, esmagados...
Iludem-se aqueles que dizem ter a luta de classes acabado. Ela
segue bem vigente, e adquire formas e métodos fascistas no Brasil. O sistema
político brasileiro está de pernas pro ar. Quem dá as cartas não é o governo ou
a oposição; não é o sistema político, mas sim o condomínio
jurídico-midiático-policial.
Prova
disso é que os políticos que tiraram proveito das manifestações golpistas de 13
de março foram justamente os principais cães fascistas: o Senador Ronaldo
Caiado e o Deputado Jair Bolsonaro, dois outsiders do sistema; enquanto Alckmin, Aécio, Serra et caterva foram
vaiados.
Aliás,
Jair Bolsonaro é aquele Deputado que foi informado com antecedência pela
força-tarefa da Lava Jato sobre o seqüestro do Lula dia 4 de março, e esperava
em Curitiba, com um foguetório preparado, o jatinho da Polícia Federal trazendo
Lula preso.
O
condomínio jurídico-midiático-policial, integrado por setores do Poder
Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da mídia hegemônica –
com a Rede Globo à frente – é a inteligência estratégica do golpe engendrado
contra as conquistas democrático-populares. E é financiado pelo grande capital
e serviços estrangeiros de governo, que usam ONGs e movimentos suspeitos como
fachada.
Na última quarta-feira(16), o metódico e calculista Sérgio Moro não se aguentou; sua frieza
siberiana foi abalada com a nomeação de Lula para a Casa Civil do governo
Dilma. E por que isso? Simplesmente porque Moro sabe que, à parte o
proselitismo cínico de que Lula quer ter foro privilegiado, na verdade a
presença de Lula na condução do governo representa uma possibilidade real de
estancar o golpe.
O
condomínio jurídico-midiático-policial entrou em pânico com o fato novo que
pode alterar o curso dos acontecimentos em favor da legalidade, da democracia e
das conquistas democrático-populares: Lula governando o Brasil com Dilma.
Esse
movimento no tabuleiro de xadrez obrigou Sérgio Moro a despir o disfarce de
Juiz para vestir a camiseta preta do fascista em estado bruto.
Numa
cartada de alto risco, que pode inclusive comprometer sua própria carreira no
Judiciário, Sérgio Moro vestiu a carapuça do gângster, de um bandido, e deixou
exposto o crime que cometeu: ele interceptou ilegalmente o telefone da
Presidente Dilma.
Ele
gravou e bisbilhotou a comunicação da Presidente da República. Esse é um caso
inédito na história do Brasil, e talvez seja um caso inédito no mundo inteiro:
um juiz que exorbita da sua função constitucional e atua como um justiceiro,
movido por ódio político e ideológico.
A
Rede Globo, conglomerado implicado com as páginas mais sombrias da ditadura no
Brasil, incensou este crime cometido pelo personagem obscuro que veste toga.
Para destruir Lula e Dilma, a Globo se associa a um criminoso. Aliás, como
sempre fez em toda sua trajetória. Brizola tinha razão: para saber o que é o
melhor para o Brasil, basta observar a posição da Rede Globo e adotar o caminho
oposto.
A
atitude criminosa do Moro deve ser levada à consideração do STF, do Conselho
Nacional de Justiça e à Corte Interamericana de Direitos Humanos. É uma
barbaridade, um atentado à ordem democrática que não pode ficar impune.
É
ilusão pensar que a atitude criminosa do Moro é o teto da ação terrorista e
fascista que será empreendida para destruir Lula, Dilma, o PT e o conjunto da
esquerda.
Esta
atitude criminosa do Moro é o piso; não é o teto; é a base a partir da qual
eles organizam o combate encarniçado para enterrar as conquistas
democrático-populares inauguradas em 2003 com o Presidente Lula. Eles vão
desfechar muitas outras ações terroristas deste quilate para pior.
Eles
têm ódio do Lula porque têm ódio do povo. Para eles, é insuportável ver o povo
simples, negro e humilde viajando nos mesmos aviões que eles e freqüentando as
mesmas universidades que seus filhinhos mimados frequentam.
Contra
os fascistas e sua vilania, só a luta tenaz. A História do Brasil é pródiga em
demonstrar que aqueles que resistiram e enfrentaram o fascismo venceram; e os ingênuos ou desistentes, foram esmagados. Getúlio não ouviu
a recomendação de Tancredo Neves, o avô do fascista Aécio e, ao invés de mirar
o revólver em direção à oligarquia conspiradora, atirou no próprio coração.
Jango, que não valorou com precisão a virulência golpista e não aceitou o apelo
de resistência do Brizola, foi morrer no desterro. Brizola, ao contrário,
intuindo a índole golpista, intolerante, racista e fascista da classe
dominante, levantou barreiras pela Legalidade; e venceu.
Este
é um momento em que ou se resiste ou se é destruído. É a democracia que está em
jogo. Nenhuma concessão ao fascismo, esteja ele onde estiver: no Parlamento, no
Judiciário, na Polícia Federal, no Ministério Público ou nas ruas!
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