quinta-feira, 17 de março de 2016

Globo finalmente  conseguiu derrubar alguém: a oposição tucana,  comparsa  de  golpe 

Já estava ruim ter Eduardo Cunha com contas na Suíça como líder do impeachment.  Agora com Aécio no mesmo caldeirão, piorou muito(e ponha 'piora' nisso!)...
Helena Sthephanowitz                 
                                                                                           FOTOS PÚBLICAS
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Cunha e Aécio, comandantes das ofensivas contra governo Dilma, atrapalhados por seus próprios deslizes
Nas ruas e nas redes é cada vez mais comum vermos a TV Globo ser chamada de golpista. Não sem motivo. O próprio grupo Globo admitiu em editorial público ter apoiado a ditadura. Já estiveram envolvidos no escândalo Proconsult, que pretendia fraudar a eleição de Leonel Brizola ao governo do Rio de Janeiro, em 1982, já manipularam debates eleitorais, e seus noticiários são conhecidos por proteger "amigos" e perseguir "inimigos", segundo o critério ideológico e os interesses financeiros dos donos da emissora.
Nos últimos tempos, o jornalismo do Grupo Globo tem se empenhado no "golpe paraguaio" para derrubar a presidenta Dilma. O Jornal Nacional adotou praticamente uma pauta única: a operação Lava jato. O problema é que quanto mais aprofunda para achar alguma coisa que derrube Dilma, nada acha contra ela, mas encontra centenas de coisas que atingem os próprios políticos aliados da Globo, anunciantes e até pessoas ligadas aos donos da emissora.
Na Lava Jato já foi abatido Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e vários outros queridinhos da mídia. Uma investigação sobre um imóvel no Guarujá, que não é de Lula, acertou em cheio no esquema Mossack Fonseca e uma mansão em Paraty que a TV Globo prefere manter fora do noticiário, apesar do notório interesse público.
Nesta semana o Procurador-Geral da República está em viagem à Suíça, tendo na pauta acordos de cooperação sobre o caso Fifa, que também é incômodo para a TV Globo. Ao investigarem o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró prenderam o senador Delcídio Amaral, que acabou delatando Aécio pelo envolvimento em três fatos: propinas em Furnas, fraude na contabilidade do Banco Rural para ocultar o senador tucano do "mensalão" e uma conta clandestina no paraíso fiscal de Lichtenstein. Só a palavra de Delcídio é frágil e muita coisa que ele cita é repetição de conversas de bar sobre o que foi noticiado.
Ele falou muita coisa sobre tudo e todos que é reprodução de boatos que saíram na imprensa. Mas no caso de Aécio, o problema é que sobram documentos e testemunhas. O escândalo da Lista de Furnas já foi comprovado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro para as pessoas sem mandato político.
O que falta é tirar da gaveta a investigação sobre quem tem foro privilegiado. A conta em Lichtenstein foi descoberta em 2007, há 9 anos, na Operação Norbert da Polícia Federal. Tem documentos apreendidos como prova. Também estava na gaveta do MPF. O jornalista Luiz Nassif já havia publicado as informações em janeiro de 2015, mas não tinha os documentos.
Com a delação de Delcídio e após Aécio ter sido escorraçado da manifestação de domingo (13) pelo público que votou nele, a revista Época, do Grupo Globo, tirou os documentos da gaveta antes que os outros publicassem na frente.
Se o objetivo era derrubar Dilma, derrubou a oposição tucana. É verdade que não é mérito da Globo, pois quem não blindou Aécio até ontem foram as redes sociais e a imprensa alternativa. Mas a Globo, com seu peso e influência sobre um público conservador eleitor dos tucanos, joga a pá de cal sobre Aécio e enterra junto boa parte da oposição.
Já estava ruim ter Eduardo Cunha com contas na Suíça como líder do impeachment. Agora com Aécio no mesmo caldeirão, piorou muito. A oposição enfraqueceu. O governo Dilma aproveitou para se fortalecer colocando Lula no principal ministério. A oposição está sem líder para conduzir o 1% mais rico que foi às ruas. O governo está com o maior líder que ainda resiste na política brasileira para devolver um governo popular, nacional e próspero aos 99% anônimos que ficaram em silêncio no domingo. A correlação de forças políticas mudou em Brasília e nas próprias ruas.
Os mais velhos devem conhecer a expressão "golpe dentro do golpe" de 1964. Foi assim: o golpe original teve apoio dos políticos conservadores que estavam na oposição udenista. Eles queriam derrubar o presidente João Goulart e pegar o poder para si. A moda no mundo da época eram golpes militares e não judiciais como é hoje.
Articularam com militares golpistas para dar o golpe e depois devolver o poder aos políticos conservadores. Golpe dado, um grupo civil-militar, incluindo Roberto Marinho, dono da TV Globo, articulou de continuarem no poder na forma de ditadura, eliminando eleições diretas para presidente, governadores e prefeitos das capitais, e cassando todas as lideranças que incomodaram este projeto ditatorial, mesmo as que apoiaram o golpe, como ocorreu com Carlos Lacerda, Ademar de Barros e outros. Coisa semelhante acontece com as manifestações anti-petistas.
O PSDB incentivou a demonização da política, achando que atingiria só o PT, através do controle do noticiário. Incentivou os protestos dos anti-petistas, turbas fascistas, analfabetos políticos, e o ódio. Esse grupo de poucas idéias, muito preconceito e movidos mais por interesses pessoais individualistas ou ódio de classe, voltou-se contra todos os políticos, ou quase todos, inclusive os tucanos, escorraçados na última manifestação.
Os tucanos, sem se darem conta, sofrerem o golpe dentro do golpe das hordas anti-políticas que criaram. Agora nem a Globo os tucanos representam mais, principalmente os incompetentes e "inúteis" de Brasília, sem caneta para liberar verbas.

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