Procurador que
representou contra Lula e bateu na mulher será
demitido
Douglas Kirchner e sua mulher com marcas de tortura às costas, sofrida em seita evangélica de Porto Velho(RO). |
A maioria do CNMP (Conselho Nacional do
Ministério Público) votou pela demissão do
procurador Douglas Kirchner, acusado de ter agredido a esposa, mantendo-a inclusive em cárcere privado. O que chama atenção na matéria não é o
julgamento em si. Com as evidências levantadas contra ele, dificilmente Douglas
escaparia. Chamam atenção outros fatos.
Primeiro, a informação de que Douglas estava em estágio
probatório. Segundo, o fato de, depois de cometido o crime, ter sido
transferido de Rondônia para Brasília. Terceiro, a facilidade
com que um procurador, jovem, inexperiente, desequilibrado – como se viu – pode
provocar uma crise política. Basta uma parceria com um veículo de mídia para provocar
um fato político contra um ex-presidente da República (!).
O uso abusivo das prerrogativas, sem nenhuma espécie de controle
interno, ainda vai custar caro ao MPF.
Da Folha de S. Paulo
DE BRASÍLIA
A maioria dos integrantes do CNMP (Conselho Nacional do
Ministério Público) votou nessa terça-feira (29) pela demissão do procurador
Douglas Kirchner, acusado de agredir a mulher e mantê-la em cárcere privado, em
Rondônia.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que preside o conselho, adiantou
sua posição, favorável ao desligamento do colega. Se o plenário confirmar a
decisão, caberá a Janot assinar o ato administrativo oficializando a demissão,
já que Kirchner apenas cumpre(AQUI) estágio probatório. Se ele já tivesse obtido a vitaliciedade, após a sentença do
CNMP, seria necessária a abertura de um processo judicial para referendar o
veredicto do Conselho.
Embora oito dos 14 membros do colegiado já se tenham manifestado,
o pedido de vista do conselheiro Walter de Agra adiou a conclusão do julgamento
nesta terça. Isso porque a medida permite a quem já votou eventualmente mudar de opinião
e apresentar outro entendimento sobre o caso.
Kirchner
ganhou notoriedade por atuado na investigação que apura suspeitas de que o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha cometido tráfico de influência(AQUI) em favor da Odebrecht.
Os advogados do petista o acusam de negar acesso aos documentos do inquérito.
De acordo com a denúncia, os episódios de violência ocorreram em
2014, quando Kirchner e a mulher, Tamires Souza Alexandre, participavam da
seita religiosa Igreja Evangélica Hadar, em Porto Velho, capital de Rondônia.
Ele é suspeito de agredir Tamires, acompanhar castigos físicos
impostos a ela por uma pastora da seita, além de tê-la mantido em cárcere
privado, com alimentação reduzida e sem acesso a itens básicos de higiene
pessoal.
A comissão formada para apurar o caso em curso no CNMP ouviu
testemunhas que tiveram contato com Tamires logo após ela conseguir fugir do
alojamento onde era mantida. A vítima, porém, não prestou depoimento.
O próprio procurador admitiu ter acompanhado algumas cenas de punições
à mulher, mas sua defesa alegou que ele sofre de uma espécie de 'transtorno
psiquiátrico por fanatismo religioso'(???).
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