segunda-feira, 6 de junho de 2016

Marina  pranteia Passarinho

Passarinho, subscritor do

infame AI-5 de 1968

                                


De um internauta, seguidor do DCM no Facebook...

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Do AMgóes >>> A ilustre Marina Silva, conterrânea de Jarbas Passarinho(ambos nascidos em Xapuri-Acre), embora renomada figura pública nacional, ex-senadora do PT, ex-ministra no governo Lula, recém-fundadora da 'Rede de Sustentabilidade',expõe na postagem acima mais um viés controverso de sua percepção política. Para ela, ao escrever 'certo por linhas tortas', Deus tocara o subscritor do famigerado AI-5(13/dez/1968), no governo Costa e Silva, a instituir o MOBRAL, que lhe garantiria(em meio à dureza extrativista da borracha) aprender a ler e escrever. 

Dona Marina não cuidou de sopesar os moldes desse programa de 'alfabetização' que, embora 'clonando' algumas técnicas do consagrado ideário de Paulo Freire, deletara liminarmente os conceitos de 'cidadania libertadora' estabelecidos no MEB-Movimento de Educação de Base(final do governo JK, em 1960), do ensino à distância através das 'Escolas Radiofônicas', em parceria com uma rede de emissoras católicas de rádio.

Vejamos as diferenças diametrais entre os dois projetos:

MEB / MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE >> Com referência na EDUCAÇÃO POPULAR, foi um método  que valorizava os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos conhecimentos. Estava implicado com o desenvolvimento de um olhar crítico, facilitando o desenvolvimento da comunidade em que o educando estava inserido, estimulando o diálogo e a participação comunitária, além de possibilitar uma melhor leitura da realidade social, política e econômica. Não era uma “Educação Informal” porque visava à formação de sujeitos com conhecimento e consciência cidadã e à organização do trabalho político. Uma estratégia de construção da participação popular para o redirecionamento da vida social. A principal característica da 'Educação Popular': utilizar o saber da comunidade como matéria-prima para o ensino , valorizando todos os sujeitos sociais nesse processo, tornando o espaço educacional um lugar de afetos alegres e amorosidade. Um aprendizado a partir do conhecimento do sujeito, ensinando-o a partir de palavras e temas geradores de seu cotidiano, reconhecendo concomitantemente a importância dos saberes popular e científico. A 'Educação Popular' era vista como 'ato de conhecimento e transformação social', adicionando-lhe ações de cunho político. O resultado  explicitava-se quando o indivíduo sobressaía com propriedade no contexto de interesse coletivo. 

MOBRAL /MOVIMENTO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO  >>  Programa criado em 1970 pelo governo federal com objetivo de erradicar o analfabetismo do Brasil em dez anos. O Mobral propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos, visando a “conduzir a pessoa humana a adquirir técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, permitindo melhores condições de vida”. 
O 'Movimento' iniciou suas atividades com o compromisso de dedicar-se à alfabetização de adultos, mas se tornou uma superestrutura, expandindo-se por todo o país no final da década de 1970, ampliando o seu campo de atuação às quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. As metas iniciais previstas, no entanto, ficaram longe do esperado. Isso porque o Mobral não alterou as bases do analfabetismo, calcadas fundamentalmente na base organizacional da Educação no país. Além disso, o seu modelo foi bastante condenado como proposta pedagógica, por ter como preocupação principal APENAS o 'ensinar a ler' e 'a escrever', sem relacionar-se à cidadania.
A idéia do Mobral encontrava-se no contexto do regime militar no Brasil, iniciado em 1964, cujo governo passara a controlar os programas de alfabetização de forma centralizada. Até então, DUAS DÉCADAS ANTES, a reflexão e o debate em torno do analfabetismo no país convergiam para a consolidação de um novo modelo pedagógico. Naquele modelo, o analfabetismo era interpretado como 'efeito de uma situação de pobreza' gerada por uma estrutura social 'não igualitária' e, sendo assim, a Educação e a alfabetização deveriam partir de um exame crítico da realidade existencial dos educandos, da identificação das origens de seus problemas e das possibilidades de superá-los. Os programas de alfabetização assim orientados  foram interrompidos pelo golpe militar, porque considerados uma ameaça ao regime 'de salvação da pátria', e substituídos pelo engessado MOBRAL. Nada obstante vários dos procedimentos adotados no início da década de 1960 terem sido em parte reproduzidos, acabaram esvaziados de todo senso crítico e problematizador.
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Resultado de imagem para Fotos de marina Silva e jArbas passarinhoA ex-senadora Marina Silva, conquanto versada nas carências estruturais do Brasil, não percebeu, nos tempos subsequentes de sua formação elementar(e pelo visto até os dias atuais), que lhe impingiram um contexto escamoteador do próprio cotidiano nos confins da Amazônia. Daí, face à morte do ex-ministro Jarbas Passarinho, pranteá-lo como 'devedora perene' pela ascensão que auferiu vida afora, subsidiada - importante lembrar -  por 'sortilégios extrassensoriais'. Ficou explícito o caráter 'iluminado' que atribuiu ao 'eclético' protagonista(não um mero 'alinhado', como tergiversa em seu 'post') do regime de exceção.

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