quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Escolha de Velloso para a 

Justiça   mostra  tratativa

de  Temer   no   Judiciário


Patricia Faermann                        GGN logo

 
Mudou a posição do 'presidente'(golpista) Michel Temer de escolher o novo ministro da Justiça somente após a sabatina de Alexandre de Moraes, uma vez que necessita da aprovação do Congresso para assumir a cadeira na Suprema Corte. Agora, as tratativas entre o governo e os parlamentares para a aceitação de Moraes no STF não são as únicas verdades que vieram à luz. 
A garantia da entrada de Moraes ao Supremo Tribunal Federal chegou a motivar uma mudança de planos de Michel Temer. O presidente não mais esperará a sabatina para a nova nomeação para o seu ministério, como inclusive o deve fazer antes.
Com a certeza de que Alexandre de Moraes será aprovado, o próprio presidente da República deu a deixa, ontem: o nome do seu novo ministro que irá comandar a Justiça e Segurança Pública será anunciado "logo, logo".
Entre os mais cotados, está o do ex-ministro do Supremo, Carlos Velloso. O ex-ministro tem apoio total do PSDB, o principal aliado de Michel Temer, e traz a imagem tão perseguida pelo presidente de "perfil inquestionável", não podendo dar tantas margens a críticas da opinião pública, relativas por exemplo, a avanços da Operação Lava Jato, sobretudo na atuação junto à Polícia Federal.
Visível "fã" da Operação Lava Jato, anunciando apoios e elogios a toda a imprensa sobre a conduta do juiz da Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, Carlos Velloso é a peça que Temer busca. 
"O juiz Sérgio Moro tem demonstrado muita independência, tem mostrado que é possível examinar, estudar, processar e decidir, em tempo razoável, aqueles que são levados à barra da Justiça. Então, o comportamento dele é elogiável.Sérgio Moro está prestando um grande serviço à sociedade", disse em entrevista, em novembro de 2016.
O ex-ministro do STF e do TSE, por outro lado, guarda posicionamentos peculiares: em março do ano passado, defendeu de forma pouco moderada a polêmica condução coercitiva de Lula.
No último ano, não contava, por exemplo, que ele mesmo reclamou ao ministro Gilmar Mendes de ter recebido uma intimação para depor em inquérito da Operação Pasárgada, em 2008. Sem ter sido coagido ou obrigado a prestar o depoimento naquela hora, foi apenas notificado da intimação, podendo o próprio Velloso decidir dia e local para a medida.
Ainda assim, queixou-se duramente com Gilmar: "Não é desse modo, evidentemente, que a Polícia deve se dirigir a um ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral", escreveu naquele ano. 
Mas por seu perfil defensor da Lava Jato é que Temer vê em Velloso a oportunidade de não questionarem a escolha do novo ministro. Na tarde desta terça-feira (14), o presidente recebeu o ex-ministro do STF no Palácio do Planalto, em encontro que era apenas com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O tucano levou Velloso ao gabinete. 
"O Presidente da República recebeu em audiência na tarde de hoje o ex-Ministro do Supremo Tribunal Federal, Doutor Carlos Velloso. O Presidente seguirá conversando com o antigo amigo e ex-Ministro nos próximos dias", anunciou o porta-voz da Presidência Alexandre Parola.
Ao mesmo tempo que tem apoio de setores do mundo jurídico, Carlos Velloso também o tem de caciques do PSDB, além de ter bom trânsito junto a tribunais superiores de Brasília

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