sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Moro    faz  “justiça”  política  e Tarso Genro aceita achincalhe  com  docilidade   'republicana' 

O interrogatório, nessa quinta(16), do ex-ministro e ex-governador Tarso Genro, como testemunha de defesa do ex-presidente Lula, prestou-se para o juiz-acusador Sérgio Moro demonstrar que o que se faz em Curitiba é um julgamento político, que nada tem a ver com a sua função de juiz criminal.
O que ele faz, no final do interrogatório, ao perguntar sobre quais foram as providências tomadas pelo PT depois do julgamento da chamada ação do “Mensalão” é de um abuso à toda prova.
Não lhe diz respeito analisar atitudes de um ente partidário, muito menos as de natureza subjetiva. Justiça criminal é sobre responsabilidade objetiva, sobre alguém praticar ou encobrir um delito, não sobre o julgamento moral que faz sobre apenamentos que são de indivíduos.
Tarso não se furtou a responder, porque é um homem dócil. A defesa ainda tenta objetar as perguntas, mas Genro é adepto da tese do ser “bonzinho”.
Alguém que não o fosse responderia ao juiz, com toda a razão, à base de um   “com o devido respeito,  senhor Juiz,  não lhe interessa".
Com toda a razão porque Moro não é um juiz das atitudes de partidos, mas de indivíduos. Não tem jurisdição ou interesse em saber se o PT fez um ato de solidariedade aos acusados ou  se os execrou moralmente.
Isso não interessa ao processo judicial criminal e, portanto, não interessa ao juiz.
Ou melhor, só interessa a um juiz como Sérgio Moro.
Será que ele indagaria a um depoente tucano sobre quais foram as execrações morais que fizeram a Eduardo Azeredo, o precursor do “mensalão”?
Ou será que perguntaria a Michel Temer, que foi testemunha de Eduardo Cunha, se o PMDB fez uma “pajelança” de exorcismo ao ex-presidente da Câmara?
Se a Justiça brasileira se prezasse, Sérgio Moro estaria, agora, submetido a julgamento disciplinar, porque converteu um juízo criminal em tribunal político.
A Vara Criminal de Curitiba que ele comanda é um tribunal da Inquisição.
No mesmo esquema medieval: “Se você confessa, terei piedade e só o maldirei. Se não confessa, masmorra e fogueira moral”.
Reproduzo abaixo o vídeo do abuso intolerável de Moro e da docilidade (do 'petismo republicano') de Genro, advogado experiente, que sabia da ilegalidade do que lhe estava sendo perguntado e que evitou, por “boas maneiras” a desqualificar, como merecia, o interrogatório indevido sobre as atividades exclusivamente partidárias.
(Do AMgóes - Incrível como um quadro notável do Partido dos Trabalhadores como Tarso Genro ache por bem se submeter ao escárnio de um juiz de primeira instância, abordando tema que não diz respeito ao processo de que foi testemunha de defesa e, assim, não lhe cabia responder, pelo contrário, deveria rechaçar peremptoriamente o comportamento de Moro. É o 'republicanismo' que contaminou, pelo visto, todas as tendências de que se constitui o PT. Veja como foi deprimente, apesar do protesto inicial do advogado Zanin).

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