terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Privatização da Cedae era prioridade de Moreira e da Globo  desde  o  golpe         

Não há nada de mais esclarecedor sobre o episódio da venda da Cedae, com a faca na goela do Estado do Rio de Janeiro, do que aquilo que postei, aqui, no dia 21 de agosto do ano passado, quando nem se pensava neste desfecho melancólico para a Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro.
É um negócio ambicionado há muito tempo: em 1995, quando Marcello Alencar era Governador do Rio e Fernando Henrique o presidente da República, tudo chegou a ser engatilhado mas, na última hora, a empresa – ao contrário das outras estatais fluminenses – escapou de ser entregue aos franceses .
Agora, com a mesma turma de volta ao poder, conseguiram.

Privatização da Cedae mobiliza 

Globo, Moreira e BNDES

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Chega ser escandalosa a pressão feita pelo jornal O Globo pela privatização a toque de caixa da Cedae, a companhia de água e esgotos do Rio de Janeiro.
Páginas e páginas quase todo dia. Hoje, domingo, são nada menos que três.
Moreira Franco e a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, correm para criar uma situação de fato consumado para o governador Luiz Fernando Pezão, quando este voltar ao governo de sua licença para tratamento do câncer linfático – aquele que Michel Temer disse que lhe fez muito bem.
Pezão é contra a privatização da companhia.
Cuja venda, quitados os passivos trabalhistas, não deve render mais que R$ 2 bilhões, o que não chega a igualar o “trocado” que veio para assegurar a realização das Olimpíadas e corresponde ao “buraco” de apenas um mês nas contas estaduais.
A venda da Cedae não apenas priva o Estado de uma fonte de renda permanente, porque a empresa dá lucro.
Entrega para particulares o filé do abastecimento da capital fluminense, deixando ao poder público o peso de contrair empréstimos para financiar as redes de coleta e tratamento de esgotos, além da captação e do tratamento da água que será vendida pelo comprador da empresa.
E é bom lembrar que a tarifa de água do Rio de Janeiro, que já é uma das mais altas do Brasil, tal como estão fazendo com a Light, a pretexto dos gastos com as Olimpíadas, deve receber uma “turbinada” para a privatização.
O apoio militante de O Globo deve ter lá suas lucrativas razões.
Dois dias depois, no mesmo jornal, cantavam vitória. O que aconteceu agora foi só a entrega da “taça”.

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