terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Moraes não só resolveu o crime da clonagem  do  celular  de Marcela: ele  sabe  o  que  tinha  ali               

 Kiko Nogueira                          

Marcela e Michel
Marcela e Michel

Segundo a Folha de S.Paulo, um episódio foi definitivo na decisão de Michel Temer de indicar Alexandre de Moraes para o STF.
Quando ainda era secretário de Segurança de São Paulo, mandando a PM bater em estudantes à vontade, Moraes cuidou do caso da clonagem do celular de Marcela.
Era abril de 2016. O hacker Silvonei de Souza pedia 300 mil para não vazar fotos íntimas, emails e áudios.
Moraes, tratou de tudo pessoalmente, com discrição. Em cerca de 40 dias, prendeu o responsável”, conta a reportagem. “Nenhum detalhe vazou. Deu a Temer demonstração cabal de que merecia seu voto de confiança”.
É uma simplificação, claro. Moraes é muito mais do que isso, no mau sentido. Está alinhado com a curriola do golpe, é do PSDB e fará o possível e o impossível para impedir a Lava Jato de chegar a seus chapas, tendo ao lado o gigante Gilmar Mendes.
Mas o serviço prestado para o big boss não deve ser subestimado. Temer, um ancião do século 19 com uma 'mulher-troféu', ficou eternamente grato.
Sem voto, sem carisma, desprezado pela população, tudo que ele não precisava era que os nudes de Marcela viralizassem — se é que eram só nudes.
No processo, que ganhou classificação de “prioritário”, os nomes das “vítimas protegidas” foram substituídos por codinomes. Quando o hacker mencionava Marcela, o escrivão registrava “Mike”. O suspeito era registrado como “Tim”. Karlo, o irmão da primeira-dama, virou “Kilo”.
Silvonei foi condenado a 5 anos de prisão por estelionato e extorsão.
Moraes não encaminhou solução para um único problema de segurança pública como secretário ou ministro. O pináculo de sua obra foi prender meia dúzia de pobres coitados às vésperas da Olimpíada sob a alegação de que planejavam um ato terrorista.
Enquanto presos degolavam uns aos outros nas rebeliões nas cadeias, ele garantia que a situação estava sob controle. Um desastre absoluto em todos os sentidos.
Mas resolveu um pepino que colocava em risco a honra do chefão. O paralelo com a máfia é inevitável e você já assistiu em diversos filmes: a namorada do líder tem a proteção e a segurança de um capanga competente.
O sujeito, em geral um tipo alto, com a cara bexiguenta, sempre de casaco longo de abas levantadas, a trata bem e a livra de encrencas. O patrão é maluco por ela.
Eram retratos da intimidade dela? Do casal? (Deus é pai) Os emails tratavam somente de assuntos particulares?
Jamais saberemos. Alexandre de Moraes, no entanto, sabe o que havia no celular. E Temer sabe que ele sabe.
Há coisas que precisam ser feitas, que as fazemos e nunca falamos nelas. Não tentemos justificá-las”, diz Dom Corleone. “Não podem ser justificadas. Apenas as fazemos. Depois as esquecemos.

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