GOLPE FAZ DESMONTE GRADUAL: CLIMA DE FIM DE FEIRA NAS AGÊNCIAS DO BANCO DO
BRASIL
Impressão é de uma questão de tempo para a extinção de mais postos de trabalho...
HEBERT ÁVILA(*), no BRASIL DE FATO
Recentemente, Mauro Santayana publicou um artigo em seu blog, em que
relata o martírio de um amigo na tentativa vã de abrir uma conta em uma agência
do Banco do Brasil (BB). O título é bastante sugestivo: “PROCUREM O CONCORRENTE, POR
FAVOR!”(AQUI). ||| Em uma estratégia que parece só atender aos interesses de seus
competidores diretos, o BB, através de seus gestores encastelados no bunker do
golpe, em Brasília, levam a efeito o desmonte da estrutura de atendimento com o
suposto objetivo de imprimir eficiência e modernidade nas unidades de negócios
daquele que já foi o maior banco do país. ||| A política de negócios no varejo e de recursos humanos, sendo ambas
geridas pela mesma unidade estratégica do BB, trouxe como resultado, em tempo
recorde, uma dramática modificação da imagem do Banco para clientes,
funcionários e usuários em geral. ||| A impressão que se tem, ao visitarmos qualquer agência, é a de que é uma
questão de tempo para que haja a extinção de diversos postos de trabalho, com o
fechamento iminente de estruturas de atendimento com porta para a rua. ||| Em uma atitude suicida, o BB assume a vanguarda de um movimento no qual
nenhum de seus concorrentes se aventurou com tamanha avidez. Tendo em vista a
incerteza dos resultados da implementação - em larga escala - do atendimento
digital como canal de atendimento preferencial sendo enfiado goela abaixo de
clientes que, muitas vezes, apesar de conhecerem a existência de tais
facilitadores, ainda preferem outras formas de atendimento. ||| O próprio Itaú, que assumiu o posto de maior banco do país em ativos com
a ajuda de seus apaniguados instalados no governo central, modulou sua
estratégia e refreou a instalação da estratégia do “digit@u”, após avaliar que
os resultados não teriam sido aqueles esperados, com uma rejeição não mensurada
anteriormente pelos “jênios” do marketing. ||| Esse posicionamento kamikaze do BB, em uma primeira avaliação, parece
indicar o alinhamento com a ideologia ultraneoliberal assumida pelo atual
governo ilegítimo e golpista, tendo como objetivo final a desvalorização da
marca do BB e a facilitação para a entrega do controle acionário à banca
privada, sonho antigo da direita entreguista e financista. ||| O movimento sindical, representando o interesse dos funcionários do
Banco do Brasil, está acompanhando de perto o desenvolvimento das modificações
de estrutura de atendimento no BB, colhendo informações e encaminhando as
reclamações pertinentes. ||| O diálogo, infelizmente, não é o forte da atual gestão do Banco, que
prefere servir de capataz da destruição da maior instituição financeira estatal
da América Latina, implementando unilateralmente as mudanças engendradas, ao
que parece, nos convescotes da FENABAN, trabalhando arduamente para destruir o
conglomerado que deveria defender e fortalecer. ||| Tudo isso passando por cima da representação dos funcionários, ignorando
interesses e necessidades daqueles que verdadeiramente importam: os bancários,
que dão vida e sentido a essa instituição que está prestes a completar 210 anos
a serviço da sociedade e da nação brasileira.
(*) Helberth Ávila de Souza é secretário de imprensa
da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais
FETRAFI-MG/CUT
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