TEMER LEVA DE
10 A 1 NO STF E SERÁ JULGADO COMO CHEFE DE QUADRILHA NA CÂMARA

No BRASIL/247
Após dois dias de julgamento, por 10 votos a 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nessa quinta-feira(21) pelo envio imediato à Câmara dos Deputados da segunda denúncia apresentada pelo ex-procurador-geral da República (PGR) Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer. A partir de agora, caberá à Casa decidir sobre autorização prévia para que a Corte julgue o caso, conforme determina a Constituição. ||| O entendimento do Supremo contraria pedido feito pela defesa de Temer, que pretendia suspender o envio da denúncia para esperar o término do procedimento investigatório, iniciado pela PGR, para apurar ilegalidades no acordo de delação da JBS, além da avaliação de que as acusações se referem a um período em que o presidente não estava no cargo, fato que poderia suspender o envio. ||| Os ministros seguiram entendimento do relator do caso, ministro Edson Fachin. Na sessão de ontem (20), foi formada maioria de votos no sentido de que cabe ao Supremo encaminhar a denúncia sobre o presidente diretamente à Câmara dos Deputados, sem fazer nenhum juízo sobre as acusações antes da deliberação da Casa sobre o prosseguimento do processo no Judiciário. ||| Nos dois dias de julgamento, os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Tofofli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Celso de Mello e presidente, Cármen Lúcia, acompanharam o voto de Fachin.
Divergência
Em voto proferido na sessão desta quarta-feira, o ministro
Gilmar Mendes foi o único a divergir, e votou pela devolução da denúncia à PGR.
Segundo Mendes, as acusações se referem ao período em que Temer não estava no
cargo e o caso não pode ser enviado à Câmara dos Deputados, conforme determina
a Constituição. ||| Além disso, sobre uma conversa gravada por Joesley Batista com o
presidente Temer, durante encontro no Palácio do Jaburu, em março, Mendes
considerou que a gravação pode ser ilegal por haver indícios de que foi
instigada pelo ex-procurador Marcello Miller, acusado de fazer "jogo
duplo" a favor da JBS, durante o período em que esteve no cargo, antes de
passar a trabalhar em um escritório de advocacia que atuou para a empresa.
Tramitação
Com a chegada da denúncia ao STF, a Câmara dos Deputados
precisará fazer outra votação para decidir sobre a autorização prévia para
prosseguimento do processo na Suprema Corte. ||| O Supremo não poderá analisar a questão antes de uma decisão
prévia da Câmara. De acordo com a Constituição, a denúncia apresentada contra
Temer somente poderá ser analisada após a aceitação de 342 deputados, o
equivalente a dois terços do número de parlamentares que compõem a Casa. ||| A autorização prévia para processar o presidente da República
está prevista na Constituição. A regra está no Artigo 86: "Admitida a
acusação contra o presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal,
nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade". ||| O prosseguimento da primeira denúncia apresentada pela PGR
contra o presidente, pelo suposto crime de corrupção, não foi autorizado pela
Câmara. A acusação estava baseada nas investigações iniciadas a partir do
acordo de delação premiada de executivos da J&F.
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