O TERRENO DO GOLPE
ESTÁ OCUPADO, MOURÃO! PELAS TROPAS DO MORO
Se o objetivo do general Antonio Hamilton Mourão for o de dar um golpe de direita no Brasil, recomenda-se ao militar veterano que se poupe e descanse. ||| E que não envolva o nosso Exército numa redundância, porque golpe já temos um. E olhe que com lições de tática e estratégia dignas dos melhores manuais castrenses. (para meus leitores de direita: castrense significa relativo a militares, não a Fidel Castro, viram?) ||| Na manchete(AQUI) do site do Estadão e na coluna do desde sempre grande interlocutor do “Partido do Judiciário”, Fausto Macedo, explica-se como as tropas togadas “ampliam o cerco ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dificultam ainda mais seu plano de disputar um terceiro mandato na eleição de 2018”. A linguagem militar é, nota-se, explícita. ||| Como nas boas lições de caserna, além da vanguarda liderada por Moro com as sete ações em que Lula é réu e as duas onde está denunciado, há recursos em reserva, como registra o jornal, pois ele “agora é alvo de seis procedimentos de investigação criminal abertos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em Curitiba, São Paulo e Brasília”. ||| Tudo pronto para qualquer argumento na base do “se não foi você, foi seu pai, seu tio, seu avô. ||| Todos os movimentos caberiam numa cartilha. Os movimentos de pinça, para isolar o adversário, o fogo incessante para minar-lhe as forças, o apoio aéreo da mídia, que provê fogo para a batalha da (des)informação, onde se produz, como é clássico, a primeira morte da guerra, a da verdade. ||| O baixo oficialato do Judiciário impôs-se sobre suas instâncias de comando, covardes e omissas, tomou o freio nos dentes e empalmou a liderança deste “combate”. ||| O terreno do golpismo, general Mourão, está ocupado e fortificado e não é pelos militares. ||| Se alguma tarefa lhes for deixada será a de derrubar as cúpulas do poder constitucional desmoralizado, para instalar nele – nos três poderes, inclusive o Judiciário, os rapazes da fogosa e insubmissa legião da toga. Porque, sabe o caro general, é preciso dar cobertura, nos tempos de hoje, em que as Forças Armadas não podem ocupar diretamente o poder. ||| Mas nem tudo está perdido. Eles darão aos militares o papel subalterno que as elites sempre lhes reservam: o da “limpeza étnica” – aquela que Caxias recusou na Guerra do Paraguai, deixando a sangueira para o Conde D’Eu. ||| Desta vez, para ser feita mais perto, na Rocinha e em todas as periferias, lá com os pobres, lá de onde vem as suas tropas. ||| Lá, vai se poder gritar “Selva!” à vontade, porque na Amazônia(os yankees, autorizados por Temer) logo estarão gritando “Jungle!"
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