segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NÃO VAI  CALAR  NOSSOS  TAMBORES 

Aumento de ataques aos terreiros e às religiões de matriz africana não revela só o avanço conservador, mas a influência do nosso passado escravista
Marcelo Camargo/Agência Brasil/Fotos Públicas
 Protesto contra a intolerância religiosa
De 2011 a 2016, as denúncias de intolerância passaram de 15 para 776. As maiores vítimas são as religiões de matriz afro..
Os casos de violência e agressão contra templos e seguidores de religiões de matriz africana têm aumentado de forma assustadora em todo o Brasil.  |||  Este ano, só no Rio de Janeiro, estado que historicamente apresenta o maior número de registros de intolerância religiosa no país, foram contabilizados, até o final de setembro, pelo menos 79 ataques contra terreiros ou adeptos de religiões de matriz africana, sendo 39 apenas nos últimos três meses.  |||  Esse número é exatamente o mesmo do que o total de casos de denúncias registradas no Disque 100 do Governo Federal, no mesmo estado, em todo o ano de 2016. Entretanto, há um agravante nessa estatística. As 79 denúncias do ano passado englobam casos de intolerância contra qualquer religião, não apenas as de matrizes africana, apontando a tendência crescimento da violência contra nossos terreiros.  |||  Há poucas semanas, terreiros de candomblé em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, foram alvejados. Em vídeo gravado pelos próprios criminosos, com grande repercussão nas redes sociais, uma mãe de santo aparece sendo intimidada pelos invasores, que a obrigam a quebrar objetos litúrgicos e imagens de santos do terreiro.  |||  O show de horrores é acompanhado por ameaças dos marginais, que entoam “o sangue de Jesus tem poder”, “da próxima vez eu mato”, “safadeza!”, entre outros.
A íntegra de DANILO MOLINA, em CARTA CAPITAL.

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