Mídia assume que desinforma:
Ibope e
Datafolha desfazem
pesquisas com Lula líder
O episódio da autocensura do Ibope e do
Datafolha com as pesquisas que iriam divulgar hoje e sexta-feira é dos casos
antológicos que vão entrar, com destaque, no imenso livro das vergonhas da
imprensa brasileira. ||| Não, não são os institutos de pesquisa os contratantes e, portanto, os
donos da pesquisa. São órgãos de imprensa (Globo e Folha) os contratantes e, por isso, os
responsáveis pela divulgação dos resultados. ||| Perguntas não são retiradas por decisão do contratado, exclusivamente,
como não são colocadas por ele. Quem encomenda a pesquisa define o que se quer saber. E quem divulga os resultados, porque é o comprador da pesquisa. Foram, portanto, as duas empresas de comunicação que “resolveram” que
não se deveria saber quanto Lula alcançou – ou alcançaria – nos
levantamentos, regularmente registrados e, na data em que o foram, com a
obrigação até mesmo legal de conterem o nome do ex-presidente. ||| É o mesmo que Globo e Folha, os “campões da liberdade” e os
lutadores incansáveis pela “não intervenção do Estado irem pedir a este
Estados: ‘proíba-nos, proíba-nos já de divulgar informações, porque precisamos
de cobertura para praticar a censura, em nome de nossos interesses”. ||| Mesmo a desculpa esfarrapada dada pelo Ibope, de que teria resolvido,
na manhã em que se iniciava a coleta de entrevistas, que não deveria apresentar
a opção “Lula” é carente de qualquer credibilidade. Melhor que não a leve adiante, porque haverá, entre centenas de
entrevistadores, quem revele que não foi feita mudança alguma e que, portanto,
essa história é uma fraude. Como também não terá credibilidade o número “sem Lula” que
eventualmente, hoje, seja “autorizado” a divulgar. ||| De toda forma, chegamos a um ponto que se tornou impossível deixar de
ver que se passou em muito do ponto de reconhecer validade a uma candidatura. A questão, agora, é de não se permitir nem a expressão de uma corrente
política – por todas as pesquisas amplamente majoritária na população – nem o
retrato de que ela cresce e se avoluma além de todas as restrições que se
colocam a ela. E nisso, Justiça e grande imprensa, agora, assumem a mais explícita
cumplicidade no crime de atentar contra a democracia e a liberdade de
informação.
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