Haddad jogou para o empate no Jornal Nacional: afinal, a ‘copa' será decidida no ‘campo’ do povo
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Bob Fernandes, no Twitter, faz o 'scout' da peleja
entre Fernando Haddad e o time de William Bonner/Renata Vasconcellos, estes
com a retaguarda escalada (ou integrada) por Ali Kamel no “ponto
eletrônico”: “Quanto tempo tiveram Bonner e Renata e quanto
tempo teve o Haddad?” 27 minutos de entrevista, 16 com perguntas e
interrupções de Bonner e Renata, 60% do tempo. Haddad teve 11 minutos. Bonner,
53 interrupções, Renata 19. ||| Claro
que um velho brizolista como eu não se conforma com nada menos que um massacre
na Globo transmitido pela Globo, mas tenho de reconhecer que Fernando Haddad
jogou de olho no campeonato: mostrar-se firme, sereno, equilibrado e “o cara do
Lula”. ||| Mesmo com a “posse de bola” global, Haddad
foi eficiente e fez seu próprio jogo. Logo
no primeiro lance, ao dizer um”boa noite” a Lula, “aquele que todo mundo
queria que estivesse sentado aqui” buscou o que lhe é decisivo: a identidade
com o ex-presidente. Deixou de lado as bobagens que andaram falando sobre
parecer ali “palatável ao mercado”.
||| Os ataques sobre casos de
corrupção e o fogo sobre o governo Dilma, cuja intensidade era imaginável foram
bem defendidos. Com a devida entrada “na
canela” em dois momentos. O primeiro,
quando Bonner tentou atirar Dilma Rousseff na vala dos corruptos e o candidato
disse que ela sequer era ré e o apresentador da Globo fez a emenda para
“investigada” e deixou espaço para o contra-ataque : "...investigada a Globo
também é”. O segundo quando, na enésima
interrupção de Bonner sua partner saiu-lhe em socorro: – Bonner já está satisfeito com
sua resposta. E Haddad: “Mas eu não estou. Quando é para (defender) minha honra, eu
decido”. ||| Hora alguma, porém, o
candidato se impacientou – nós, que assistíamos, sim, e várias vezes – e foi
grosseiro. Pode não ter agradado a seus torcedores, mas, como o Corínthians na
quarta-feira contra o Flamengo, no Maracanã, defendeu-se o suficiente para
levar a decisão para seu campo. Com
direito, inclusive, ao VAR, o árbitro de
vídeo, no final, quando Bonner teve de pedir desculpas por ter dito que, na sua
arrancada no Datafolha, Haddad “oscilou” em lugar de “cresceu de 9 para 13%”. ||| Confesso,
como disse antes, que o espírito de Leonel Brizola estava ali a me cutucar: –Mas, Brito, como é que
este Adádi me perde a chance de dizer a estes sujeitos que, além de parciais,
eles são mal-educados e de falar que quando um burro fala o outro abaixa as
orelhas? Não é a “praia” de
Haddad, eu sei, mas que ia ser de deixar os dois sentados no chão, com certeza.
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