A fundação do
Estado
policial
Para quem não percebeu, o registro: nesta quinta-feira(1º), ainda que não se formalize imediatamente a aceitação, por Sérgio Moro, do cargo de “superministro” da Justiça, é a data da fundação do novo estado policial brasileiro, agora já saindo de sua fase larval para começar a tomar sua forma adulta. A montagem é cuidadosa: não será só colocar sob um comando incontestável, o de Moro, a Polícia, o Ministério Público e o poder Judiciário, intimidado, a seu reboque. ||| Nesta história do “super-Moro” há mais que uma jogada de propaganda: há a cooptação da Justiça e um laço que amarra o resto de autonomia que se poderia esperar do Supremo. Será dar ao Moro, também, o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), o que significa, na prática, colocar sob seu controle toda a vida econômico-financeira dos cidadãos e das empresas. ||| “Grampeia-se” assim a intimidade do bolso de todos, posto sob lupa e, como se sabe, “de perto, ninguém é normal”. A “engenharia” é simples: escolhem-se os “culpados”, então manda-se separar as “provas” as eles relativas. Abre-se, então, a “investigação”. Com o “devido processo legal” assim invertido, de que ilegalidade se vai reclamar?
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