Os marechais e suas
cinco estrelas
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
O futuro dirá o quão danoso será ao país e às próprias Forças Armadas o quadro esdrúxulo que vai se formando no futuro governo Bolsonaro. Generais da reserva, recém-saídos do Alto Comando do Exército não são, na prática, civis como outros quaisquer, jubilados em suas carreiras. Formam não só uma confraria – se quiserem chamar assim, uma “ala militar” do governo – como têm a tendência quase inevitável de sobreporem-se às estruturas formais de comando e subordinação das Forças Armadas. ||| Voltamos, pelo visto, a ter o posto de “marechal”, o general de cinco estrelas, que foi extinto em 1967, por um deles, Castello Branco. Ao macharelato iam os generais-de-quatro estrelas ao passarem à reserva e isso deixava, ao menos na forma, os generais da ativa em hierarquia inferior. Parece que voltamos no tempo. ||| Já temos três “marechais”: Hamilton Mourão, na vice-presidência, Augusto Heleno, no Gabinete de Segurança Institucional e deveremos ter o quarto, na pasta de Infraestrutura. O tenente-coronel Marcos Pontes não entra nesta conta, por ter alcançado o posto de ministro da Ciência e Tecnologia por incapacidade e folclore. É um quarto do governo, se não surgir um “eu também quero”. ||| O Alto Comando do Exército, onde têm assento todos os generais de quatro estrelas no serviço ativo, dispõe de apenas 15 integrantes. A República voltou a ter outro poder, além de Executivo, Legislativo e Judiciário.
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