domingo, 11 de novembro de 2018

Essência & Aparência do

governo Moro-Bolsonaro

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ERON BEZERRA, no VERMELHO

Alguns ganham eleições travestidos do que nunca foram e, às vezes, leva-se meses e até anos para se perceber a farsa de que se foi vítima. O futuro governo Moro-Bolsonaro já antecipa e escancara suas elementares contradições.   |||   Embora estejam interligadas, como de resto estão todos os demais fenômenos naturais e sociais, ‘Essência’ & ‘Aparência’ são categorias filosóficas distintas. Enquanto a ‘essência’ representa o conteúdo real de um determinado fenômeno, a ‘aparência’ expressa apenas a forma como tal fenômeno será executado ou como eventual operador deseja que a sociedade assim perceba.   |||   A ‘aparência’ do novo governo já se configura como expressão, não da ‘velha’, e sim da ‘velhíssima política’, representada pelo mais odioso “toma lá dá cá”, cujo simbolismo está materializado na indicação do juiz Sergio Moro para Ministro da Justiça.   |||   Mesmo quem ainda tenta questionar essa tese, na essência, sempre concordou com os métodos e seu principal objetivo: tirar Lula da disputa eleitoral,  facilitando o trabalho da direita ou extrema-direita, como afinal aconteceu.   |||   A declaração do próprio presidente eleito de que a atuação de Sergio Moro na ‘Lava Jato’ garantiu, a ele, Bolsonaro, crescer politicamente, não deixa dúvida quanto ao caráter parcial, seletivo, cuidadosamente medido, de cada uma das investidas do juiz de primeira instância contra Lula.   |||   Essa ‘velhíssima política’ é expressa pela retórica de fusão de ministérios sob a demagógica promessa de redução de custos, quando se sabe que  as atividades ministeriais seguirão seu fluxo na organização do Estado brasileiro. Falar em ‘contenção de despesas’ é atar-se a uma questão, na prática, artificial. Ademais, não há novidade. Collor fez a mesma coisa: reduziu a máquina administrativa a 12 ministérios. E deu no que deu, como todo sabemos, quase trinta anos atrás.   |||   A fusão tanto é ‘aparência’ que Bolsonaro já declarou nada estar ainda decidido. Agricultura e Meio Ambiente têm prioridades conflitantes, assim como ‘controle orçamentário’(atribuição da Fazenda Pública) e ‘política de incentivos fiscais’(da alçada do Ministério da Indústria e Comércio). Isso explica, por si só, a desfaçatez da ideia, lançada apenas para despistar do debate central e iludir a população com a falsa impressão da redução de custos da estrutura governamental, uma embolorada conversa pra boi dormir.


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