domingo, 11 de novembro de 2018


Ditadura disfarçada? General diz que pressionou Supremo porque,  solto, Lula faria "coisa fugir do controle"
              

O general Eduardo Villas Boas, comandante do Exército brasileiro, admitiu em entrevista publicada pela Folha de S. Paulo neste domingo(11) que chegou ao "limite" ao pressionar publicamente o Supremo Tribunal Federal a rejeitar o habeas corpus preventivo para o ex-presidente Lula. Segundo o militar, ele decidiu se manifestar para evitar que a "coisa" pudesse "fugir" do "controle" caso Lula fosse solto. Villas Boas indicou que havia temor acerca da reação de "pessoas, militares da reserva e civis identificados conosco".   |||   "Eu reconheço que houve um episódio em que nós estivemos realmente no limite, que foi aquele tuíte da véspera do votação no Supremo da questão do Lula. Ali, nós conscientemente trabalhamos sabendo que estávamos no limite. Mas sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não me expressasse. Porque outras pessoas, militares da reserva e civis identificados conosco, estavam se pronunciando de maneira mais enfática. Me lembro, a gente soltou[postagem no Twitter] às 20h20, no fim do Jornal Nacional e o William Bonner leu a nossa nota", recorda o militar, em entrevista ao repórter Igor Gielow, do jornal Folha de S.Paulo.   |||   Villas Boas entendeu que o episódio lhe rendeu críticas severas do "pessoal de sempre", mas "a relação custo-benefício foi positiva."  "Alguns me acusaram... de os militares estarem interferindo numa área que não lhes dizia respeito. Mas aí temos a preocupação com a estabilidade, porque o agravamento da situação depois cai no nosso colo. É melhor prevenir do que remediar", acrescentou.

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