quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A Folha de S. Paulo destila

ignorância  no  caso  da 

“destilaria”  de  Haddad


FERNANDO BRITO,  no TIJOLAÇO

Alguém avisou e a Folha/SP tirou do ar  a chamada do baita escorregão de ignorância que cometeu nessa terça(2) sobre a campanha de Fernando Haddad, acima reproduzida.  É que, num evento de campanha em Alcântara, distrito de São Gonçalo(RJ), bem perto do Comperj, unidade da Petrobras paralisada no 'governo' Temer, o candidato petista disse que “um dos pontos estratégicos do governo Lula era a indústria de petróleo e gás. O Comperj, por exemplo, já estaria pronto em outras circunstâncias. Está 85% pronto e parado. Estamos falando de destilaria”, disse Haddad.  “Destilaria é importante porque evita importação. Você para de importar diesel e gasolina porque petróleo nós temos. É só destilar aqui, gerando emprego aqui”.   |||   Pronto, bastou para o 'iluminado' da Folha escrever que Haddad errou feio, chamando de 'destilaria' uma 'refinaria' e ensinou, arrogante:  “Enquanto a refinaria é usada para processar o petróleo bruto em combustíveis como diesel e gasolina, as destilarias têm como objetivo a produção do etanol ou de bebidas alcoólicas, como a cachaça.”   |||    Hein?  Alguém tem de avisar ao repórter e ao editor da Folha que refinaria de petróleo tem como centro a 'destilação' do dito cujo. O refino do petróleo é feito por 'destilação fracionada', onde cada derivado  “sai” da  coluna de 'destilação' a uma certa altura do equipamento, em razão de ser mais ou menos volátil.  Isto é uma destilaria.   |||   Não é o caso de explicar em detalhes o processo, mas bastava o repórter digitar “destilaria de petróleo” no Google e apareceria o  verbete da Wikipedia dizendo que “refinaria é o nome usual para referir-se às destilarias de petróleo que realizam o processo químico de limpeza e refino do óleo cru extraído dos poços e minas de óleo bruto, produzindo diversos derivados de petróleo, como lubrificantes,  aguarrás,  asfalto, coque,  diesel,  gasolina, GLP, nafta, querosene, querosene de aviação e outros”.   |||   O erro é das coisas mais comuns e perdoáveis, todos os cometemos. Agora, ser arrogante e estar redondamente errado é vergonhoso.  Como o jornalismo virou primo das “tretas” de Facebook, gracinhas passam a ser mais importantes que informação e, com isso, a importância de uma obra vital para o Brasil fica restrita a uma querela sobre ser refinaria ou destilaria, ainda que isso seja a mesma coisa.   |||   A propósito, se interessa ao “especialista” da Folha, a primeira refinaria de petróleo do Brasil, construída em 1934 na cidade de Uruguaiana (RS) chamava-se 'Destilaria Riograndense de Petróleo'.  No caso, porém, apenas destilou-se ignorância e produziu-se bobagens como 'derivado'.

Nenhum comentário:

Postar um comentário