Liminar favorável a Lula tem caráter obrigatório e imediato, diz especialista da ONU
““Decisão
obrigatória e de efeito imediato.” Foi o que disse ao UOL nesta sexta-feira
(17) um dos integrantes do corpo de especialistas e dirigentes da ONU
(Organização das Nações Unidas), o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, sobre a
decisão liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU que autoriza Luiz Inácio
Lula da Silva(PT) a ser candidato à Presidência e a fazer campanha mesmo dentro
da prisão. ||| A decisão liminar do comitê foi divulgada nesta sexta-feira e diz que os direitos
políticos de Lula não podem ser violados, com base no artigo 25 do Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil é signatário
desde os anos 1980, no governo José Sarney (MDB). ||| O comitê “requer que o Estado brasileiro tome todas
as medidas necessárias para garantir que o autor [da ação, Lula] desfrute e exerça
seus direitos políticos enquanto na prisão, como candidato nas eleições
presidenciais de 2018, incluindo acesso apropriado à mídia e a integrantes de
seu partido político”, até que todos os recursos para rever sua condenação
sejam apreciados. ||| O
Comitê de Direitos Humanos é o órgão da ONU responsável especificamente pela
observação e fiscalização do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
e é formado por 18 especialistas independentes que trabalham para a entidade em
regime “pro bono” (isto é, sem salários fixos). ||| Paulo Sérgio Pinheiro, que é presidente da comissão de inquérito da ONU
que investiga a guerra da Síria e foi secretário de Estado dos Direitos Humanos
no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (secretaria com status de ministério),
pontua que o Brasil também assinou e ratificou um protocolo adicional ao Pacto,
em 2009, que diz que o país aceita se submeter às decisões do Comitê de
Direitos Humanos. ||| “Então, o que se pode dizer é que [esse comunicado] é obrigatório”,
resume. “É importante caracterizar a qualidade do documento. E não
tem essa de”Ah, isto é bobagem! Aqueles caras da ONU não entendem o Brasil”. A
decisão é o resultado de um longo processo de informações às partes e ao
governo brasileiro. Esse desfecho era esperado, eles podiam ter negado, mas
aprovaram, o que é um grande feito para a defesa do ex-presidente Lula. E isso
é puro acidente [o momento da decisão, um dia após o início da campanha oficial
e à espera de uma decisão sobre o registro], porque não tem ninguém daqui
comandando lá.” ||| No caso de descumprimento da decisão pelo governo brasileiro, caberá ao
país uma “sanção moral”, uma “má fama internacional”, explica Pinheiro. Isso
porque a ONU não aplica sanções formais, como econômicas ou judiciais, aos seus
países-membros, com exceção do seu Conselho de Segurança. O Comitê de Direitos Humanos ainda vai se posicionar, em prazo não
conhecido, sobre o caso do processo judicial de Lula como um todo. ||| O percurso da decisão liminar no Brasil começa pelo Ministério das
Relações Exteriores, que deverá dar parte da decisão ao presidente da República
e daí ser remetida provavelmente para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou
STF (Supremo Tribunal Federal), explica Pinheiro. ||| A candidatura de Lula foi homologada pelo PT e pode ser rejeitada pelo
TSE com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatos condenados em segunda
instância de se candidatarem, como é o caso de Lula, preso após condenação(sem prova) a 12
anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
““Decisão
obrigatória e de efeito imediato.” Foi o que disse ao UOL nesta sexta-feira
(17) um dos integrantes do corpo de especialistas e dirigentes da ONU
(Organização das Nações Unidas), o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, sobre a
decisão liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU que autoriza Luiz Inácio
Lula da Silva(PT) a ser candidato à Presidência e a fazer campanha mesmo dentro
da prisão. ||| A decisão liminar do comitê foi divulgada nesta sexta-feira e diz que os direitos
políticos de Lula não podem ser violados, com base no artigo 25 do Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil é signatário
desde os anos 1980, no governo José Sarney (MDB). ||| O comitê “requer que o Estado brasileiro tome todas
as medidas necessárias para garantir que o autor [da ação, Lula] desfrute e exerça
seus direitos políticos enquanto na prisão, como candidato nas eleições
presidenciais de 2018, incluindo acesso apropriado à mídia e a integrantes de
seu partido político”, até que todos os recursos para rever sua condenação
sejam apreciados. ||| O
Comitê de Direitos Humanos é o órgão da ONU responsável especificamente pela
observação e fiscalização do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
e é formado por 18 especialistas independentes que trabalham para a entidade em
regime “pro bono” (isto é, sem salários fixos). ||| Paulo Sérgio Pinheiro, que é presidente da comissão de inquérito da ONU
que investiga a guerra da Síria e foi secretário de Estado dos Direitos Humanos
no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (secretaria com status de ministério),
pontua que o Brasil também assinou e ratificou um protocolo adicional ao Pacto,
em 2009, que diz que o país aceita se submeter às decisões do Comitê de
Direitos Humanos. ||| “Então, o que se pode dizer é que [esse comunicado] é obrigatório”,
resume. “É importante caracterizar a qualidade do documento. E não
tem essa de”Ah, isto é bobagem! Aqueles caras da ONU não entendem o Brasil”. A
decisão é o resultado de um longo processo de informações às partes e ao
governo brasileiro. Esse desfecho era esperado, eles podiam ter negado, mas
aprovaram, o que é um grande feito para a defesa do ex-presidente Lula. E isso
é puro acidente [o momento da decisão, um dia após o início da campanha oficial
e à espera de uma decisão sobre o registro], porque não tem ninguém daqui
comandando lá.” ||| No caso de descumprimento da decisão pelo governo brasileiro, caberá ao
país uma “sanção moral”, uma “má fama internacional”, explica Pinheiro. Isso
porque a ONU não aplica sanções formais, como econômicas ou judiciais, aos seus
países-membros, com exceção do seu Conselho de Segurança. O Comitê de Direitos Humanos ainda vai se posicionar, em prazo não
conhecido, sobre o caso do processo judicial de Lula como um todo. ||| O percurso da decisão liminar no Brasil começa pelo Ministério das
Relações Exteriores, que deverá dar parte da decisão ao presidente da República
e daí ser remetida provavelmente para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou
STF (Supremo Tribunal Federal), explica Pinheiro. ||| A candidatura de Lula foi homologada pelo PT e pode ser rejeitada pelo
TSE com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatos condenados em segunda
instância de se candidatarem, como é o caso de Lula, preso após condenação(sem prova) a 12
anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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