As prisões (espetaculosas)
da Vale e as perguntas ainda
sem
resposta
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Dois engenheiros – Makoto Namba e André Yum Yassuda – da empresa alemã Tüv Süd e três funcionários da Vale estão presos desde a manhã de hoje. Corretíssimo se há indícios de crime na elaboração dos laudos que atestavam a segurança da barragem rompida em Sobradinho. ||| Nada retira a responsabilidade pessoal de quem atesta algo. Mas, neste caso, é preciso haver indicações de que os laudos foram comprados ou elaborados com negligência ou má fé. E nada sobre isso veio à tona, até agora. ||| A não ser por algo muito grosseiro nos papéis do estudo, o tempo parece muito curto para concluir-se que houve desídia técnica. E, se houve corrupção, claro está que não foram “bagrinhos” da mineradora que a autorizaram nem a pagaram. Tudo tem cheiro de espetáculo do tipo “acabamos com a impunidade”. ||| É preciso esperar para ver e que sejam esclarecidos os elementos que levaram às prisões, porque não há motivo algum para que sejam mantidos em sigilo. É evidente que ninguém pode ficar impune se elaborar laudos de resultados encomendados ou falsificá-los para “não perder o cliente”. ||| Mas essas prisões, até agora, têm cara de “condução coercitiva”(do tipo 'Lava Jato').
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