quinta-feira, 24 de janeiro de 2019


Bolsonaro  joga  o  filho

ao mar. Será “plausível”?

(como diria o Flávio...)


FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO

Demorou, mas aconteceu.  Em Davos, Jair Bolsonaro disse à agência(AQUI) Bloomberg que “se por acaso ele [Flávio Bolsonaro]errou, e isso for provado, eu lamento como pai, mas terá que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar.”   |||   Para os xiitas do bolsonarismo, que viam as denúncias como uma conspirata contra a “Família Bolsonaro” e  para  os que estão reunindo uma montanha de fatos sobre as transações obscuras e ligações suspeitas do “Filho 01” isso equivale a lançar Flávio ao mar.   |||   Se o pai diz que “ele terá que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar”, quem lhe dará um “desconto”.  O “pequeno problema” é que Fabrício Queiroz não era ligado apenas a Flávio, mas a Jair. E bem antes de se ligar ao filho presidencial.  Tão ligado que, confessadamente, o hoje presidente lhe fazia favores financeiros de emprestar R$ 40 mil, parcialmente pagos por cheques depositados na conta da agora “primeira-dama”.   |||   Será dificílimo pretender blindar-se dos próprios filhos que, aliás,  são seus rebentos políticos, também: nenhum deles tinha luz própria, todos fizeram carreira não  pelo prenome, mas pelo sobrenome e pauta selvagem do pai.   |||   Ontem, na Folha de S. Paulo, Rainier Bragon antecipava essa incapacidade de descolar-se da história, no artigo “Bolsonaro tem tudo a ver com o Flaviogate(AQUI), só não vê quem não quer”.  >>>  É plausível Bolsonaro emprestar R$ 40 mil a um sujeito que movimentava milhões, segundo o Coaf? É plausível que esse milionário fizesse o suposto reembolso não de uma vez, mas em uma espécie de carnê das Casas Bahia (dez parcelas)? É plausível o presidente não ter mostrado sequer um extratozinho bancário do suposto empréstimo? É plausível o pagamento ter ido para a mulher sob o argumento de que o marido, que recebia mensalmente R$ 33,7 mil na conta, não ter tempo de movimentar dinheiro? É plausível Bolsonaro não saber o que a filha de Queiroz fazia em seu gabinete? E, em não sabendo, não procurar se informar nem divulgar?   Não! E é bom 'já ir' trocando de  apelido.  “Mito” não é mais 'plausível'.

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