terça-feira, 22 de janeiro de 2019


Flávio  Bolsonaro  tem  uma  lojinha  de chocolate, mas enriqueceu antes disso e

se nega a dizer como operou o ‘milagre’




Flávio Bolsonaro disse à TV Record que é normal pegar altas quantias de dinheiro vivo, "cash", porque ele é "empresário". De fato, desde 2015, o hoje senador divide sociedade com Alexandre Dias Ferreira Santinia na empresa Bolsotini Chocolates e Café Ltda (uma franquia da Kopenhagen no Via Parque Shopping, Barra da Tijuca/RJ). Mas foi no ramo imobiliário, antes mesmo de ter a loja, que Flávio fez seu patrimônio aumentar em paralelo à atividade política.   |||     Desde o ano passado, a Folha de S. Paulo, com base em dados cartoriais e da Junta Comercial do Rio de Janeiro, vem mostrando que Flávio já fez 20 transações imobiliárias ao longo dos últimos 14 anos. Ele compra, vende e troca apartamentos e salas comerciais.  "A maior parte das aquisições ocorreu antes de 2015, segundo dados de cartório". Ou seja, antes de ele abrir a loja, que é a única atividade empresarial declarada por ele até hoje.   |||   
Segundo a Kopenhagen, "o retorno do investimento aplicado ocorre de dois a três anos após o início das atividades". Ou seja, no caso de Flávio, só começaria a ocorrer em 2017 ou 2018, observou a Folha.   A Kopenhagen não divulga o faturamento de seus franqueados, mas a Folha/SP apurou que pode chegar a R$ 60 mil por mês. Atualmente, o salário de um deputado estadual do Rio é de R$ 25,3 mil brutos.  "Sou empresário, o que ganho na minha empresa é muito mais do que como deputado. Não vivo só do salário de deputado", afirmou o senador eleito à Record, na noite de domingo (20).   |||   Na sua declaração de bens da Justiça Eleitoral, Flávio afirmou que detém 50% de um imóvel, ou R$ 1,74 milhão. A outra metade pertence à esposa, já que é casado em regime de separação de bens.  Em 2017, Flávio vendeu um imóvel no bairro Laranjeiras por R$ 2,4 milhões. Segundo a Folha de janeiro de 2018, essa propriedade foi adquirida na planta e declarada em 2014 por Flávio, no valor de R$ 564 mil. Em 2016, o imóvel foi declarado por R$ 846 mil. No cartório, ela foi registrada por R$ 1,7 milhão e, no final das contas, foi vendida R$ 2,4 milhões.    |||  Sem entrar nos detalhes dos valores, Flávio disse à Record que tomou empréstimo de R$ 1 milhão da Caixa para comprar este imóvel na planta. Ele não explicou a origem do dinheiro usado para quitar esse financiamento de uma só vez, em 2017.  Flávio recebeu os R$ 2,4 milhões na forma de um apartamento na Urca (avaliado em R$ 1,5 milhão, mas vendido depois por R$ 1,1 milhão), uma sala comercial na Barra e mais R$ 600 mil em dinheiro.  Teria sido dessa fatia em "cash" que Flávio mandou seu ex-motorista Fabrício Queiroz depositar em sua conta R$ 96 mil em 48 depósitos de R$ 2 mil.   A operação fracionada chamou atenção das autoridades porque é típica de quem pratica lavagem de dinheiro.  |||    O senador eleito nega irregularidades, mas recorreu ao Supremo Tribunal Federal para anular as provas da investigação contra Queiroz, que é suspeito por ter movimentado R$ 7 milhões de maneira atípica ao longo de 3 anos.  A Folha já revelou no passado que comprando e vendendo 12 salas comerciais de uma só vez para uma empresa que tem um pé no Panamá, Flávio ganhou R$ 300 mil.  Além disso, para iniciar o negócio na Kopenhagen, Flávio teria de ter investido quase meio milhão de reais, que ele não quis explicar como levantou.  Procurado, ele não quis se manifestar sobre nenhum de seus negócios imobiliários. 

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